Ring Bahn

Filipa César apresenta a sua primeira exposição individual em Serralves, no Porto. Até 15 de Janeiro.

Continua patente até ao próximo dia 15 de Janeiro no Museu de Serralves, no Porto, Ring Bahn, a primeira exposição individual de Filipa César neste espaço.

A denominação da exposição é na verdade o nome de uma linha ferroviária de Berlim, cujo circuito delimita e define características e usos de uma grande parte do território da cidade, oferecendo assim uma perspectiva sobre a vida na cidade que a artista adoptou como sua.

Realizado ao longo de um ano, este projecto consiste numa projecção de vídeo que tem a duração de 61 minutos, na verdade os mesmos que se leva a percorrer o trajecto da referida linha ferroviária. Os vários capítulos deste trabalho colocam assim em confronto imagens da cidade de Berlim, dos desconhecidos que a habitam, com a voz-off de duas pessoas com o síndroma de Asperger, uma desordem neurobiológica que, sem afectar competências linguísticas, origina sérias incapacidades no uso das mesmas, que discutem os mais variados comportamentos sociais e humanos. Através do processo de montagem deste trabalho surgem por vezes significados inesperados da justaposição de som e imagem.

Nascida no Porto em 1975, Filipa César é hoje tida como um dos nomes fortes da nova geração de artistas portugueses. Entre as suas mostras mais recentes em território nacional contam-se “O Império Contra-Ataca”, na Galeria Zé dos Bois, ou “Sete Artistas ao Décimo Mês”, na Fundação Calouste Gulbenkian. Os seus documentários-vídeo tendem a retratar exactamente estes comportamentos sociais automáticos. Actualmente, a artista vive e trabalha entre Berlim e Lisboa.

Ring Bahn está em exposição até ao próximo dia 15 de Janeiro e é uma óptima reflexão sobre a vida automatizada que a era global cria, em que há comportamentos que são automáticos e comuns a uma grande massa, apesar de toda a individualidade que cada cidadão possui.



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