Rita Sevilha Weaving
Peças decorativas feitas à mão
Foi num fim de tarde de Verão com cheiro a Outono que conversámos com Rita Sevilha, uma apaixonada por lãs e teares que empresta o seu nome a um projecto que lhe nasce das mãos, o Rita Sevilha Weaving. É através de técnicas ancestrais, como a tecelagem, que esta artesã de 34 anos dá corpo (e alma) a peças decorativas personalizáveis e totalmente handmade, uma por uma.
Rita Sevilha, arquitecta de formação, jornalista de profissão e criativa por paixão, sempre gostou de tudo o que fossem trabalhos manuais: «A minha mãe ainda hoje diz que, quando eu era pequenita, dava-me umas folhas, umas canetas e umas coisas para colar e não me ouvia durante horas». Foi precisamente na sua infância, quando andava no 5º ano, que Rita descobriu o mundo da tecelagem, nas aulas de Introdução à Tapeçaria e, numa visita inesperada ao sótão da sua progenitora, deu de caras com os velhinhos teares em madeira e pregos que o avô lhe fazia para praticar o que aprendera na escola. «No meio daqueles tesourinhos que ela tinha lá, estavam os teares. Achei um piadão àquilo e lembrei-me: “gostava tanto de fazer isto, vou levar para a minha casa”, e assim foi».
Fio após fio, foram nascendo algumas peças de um projecto que, confessa, ainda não é um negócio mas que tem potencial para o ser: «Neste momento é um hobby porque é uma coisa a que eu me dedico nos meus tempos livres. Se trabalhasse a 100% nisto, penso que seria um negócio viável. Eu gostava, quem sabe um dia». No entanto, as vendas não param de crescer: «Tenho vendido bastante, era uma coisa que não estava nada à espera. Viciei-me tanto que tinha teares em todo o lado. Inicialmente comecei a fazer para casa, depois estendeu-se à família, comecei a tirar fotografias e foi quando comecei a receber encomendas», conta entusiasmada. «Isto foi fruto do acaso e as coisas correram bem, aquilo que eu estou a fazer é agarrar a oportunidade, as pessoas gostam e está a ser bem aceite», remata.
As parcerias com os blogs Viver Todos os Dias e Violeta Cor de Rosa foram uma forma de Rita dar a conhecer as suas criações. Para a primeira plataforma blogosférica, concebeu um weaving que a autora, Alexandra, idealizou para o seu quarto. Da parede da casa da blogger, rapidamente saltou para os ecrãs dos leitores. Os pedidos não se fizeram esperar e assim surgiu a peça “Todos os Dias” que, apesar da simplicidade de um único coração, é uma das mais requisitadas. Da colaboração com a Violeta Cor de Rosa, uma online concept store de produtos para crianças, sairão em Outubro alguns artigos associados à nova colecção da marca infantil.
Rita acredita que os factores étnico e handmade são a chave para o sucesso destes teares, aliado à alteração de valores e ao retorno às origens que se verifica um pouco por todo o lado: «Quem compra uma peça artesanal tem noção que estão ali horas de trabalho e de dedicação, não é nada industrializado. Eu acho que tem valor por causa disso, acima de tudo, a pessoa entregou alguma coisa de si».
Neste momento, Rita faz peças em três medidas diferentes: 17×30 cm, 20×50 cm e 40×60 cm e em breve terá também o tamanho 100×80 cm, uma sugestão para cabeceiras de cama, por exemplo. Dependendo das dimensões, estas criações, que podem ser personalizadas com desenhos e cores à escolha do cliente, têm um custo médio de 45€.
Mas nem só de teares vive o mundo Rita Sevilha Weaving, que está em vias de se tornar numa marca registada. Recentemente, através da página de Facebook, lançou um pop up com quatro peças de joalharia feitas em macramé. Juntou o facto de querer aprender esta técnica para dar utilidade àqueles fios soltos, e a verdade é que num tempo recorde de 5 minutos vendeu todos os colares da pequena colecção: «Nunca me tinha acontecido nada assim e tive imensas pessoas a querer», adianta. Rita não sabe se vai continuar a apostar nesta vertente, contudo, admite que pontualmente poderá fazer mais alguns exemplares da gama Ornaments.
A criadora tem em mente outro tipo de produtos elaborados em macramé que tenciona desenvolver até ao Natal, nomeadamente os dream catchers (ou caça-sonhos), muito populares na Califórnia, e os suportes para vasos suspensos, uma peça que nos remete para a casa das nossas avós e que parece voltar a ser tendência na decoração de espaços interiores.
Apesar da ginástica de tempo que Rita faz para se dedicar a este projecto, em momento algum se mostra descontente ou saturada. Entre horas de almoço, noites e fins-de-semana, o pequeno prazer de criar objectos artesanais toma lugar na vida da artesã a part-time que, assume, ter encontrado «uma espécie de terapia» para relaxar.
Fotografias cedidas por Rita Sevilha
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