“Ritornelos” | Joana Emídio Marques
Palavras cortantes com ecos do passado
Tudo em “Ritornelos” (Abysmo, 2014) parece apontar ao passado, ainda que, em última instância, se pretenda superá-lo através da aniquilação: as lengalengas são como cantigas infantis de outros tempos, onde as perguntas e respostas se sucedem até perto do infinito; as páginas chegam-nos coladas, como em edições de há décadas, e para as lermos será necessário recorrer a um objecto cortante.
Cortantes são, aliás, as palavras que formam a poesia de Joana Emídio Marques. Os seus poemas são atravessados por uma relação intensa e partilhada de amor e ódio, em que a presença da morte é uma sombra que escurece cada uma das páginas, onde habitam deuses, corpos, espectros, gritos e cinzas.
Com desenhos de Bárbara Fonte, “Ritornelos” reúne “Riotrnelos”, “Cânticos da Floresta” e “Litanias”, os três livros de poemas de Joana Emídio Marques, jornalista de cultura e moda do Diário de Notícias.
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