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Samsung Galaxy Tab 8.9

O líder da concorrência

Com o lançamento do primeiro iPad, em 2010, a Apple criou um novo mercado. Os notebooks morreram. Citando Steve Jobs, “arrancou a era pós-PC”. Todas as marcas concorrentes, que no mercado dos smartphones mostraram ter armas para concorrer com a gigante norte-americana, tardaram a responder e quando o fizeram foi um desastre – “Xoom” da Motorola, “Playbook” da RIM e “Touchpad” da HP. Tal como acontece no mercado de smartphones, a Samsung provou ser a única marca capaz de competir com a Apple no universo dos tablets. Quando o iPad 2 foi apresentado, a marca coreana anunciou a segunda versão do Galaxy Tab, que chegou ao mercado no último trimestre de 2011. Tendo como sistema operativo o “android para tablets” – Honeycomb – o Galaxy Tab está disponível em duas versões, uma semelhante ao iPad com 10.1 polegadas e uma outra com 8.9 polegadas. É esta última versão do Galaxy Tab que tivemos oportunidade de experimentar.

HARDWARE

Fino (8,6 mm), leve (435g) e com um design bastante apelativo, o Galaxy Tab 8.9 tem um processador Nvidia Tegra 2 T20 / Dual-core 1 GHz Cortex-A9, 1GB de memória RAM e 16 GB de armazenamento. Vem equipado com uma câmara traseira de 3.15 MP, 2048×1536 pixeis, com autofocus e LED flash, com capacidade para filmar a 720p e uma câmara frontal de 2 MP. De realçar a não existência de qualquer slot para cartões de memória.

O tamanho do tablet é também bastante interessante – 230.9 x 157.8 x 8.6 mm. Embora não caiba no bolso, é mais portátil que um iPad e mais competente para determinadas funcionalidades – leitura de ebooks e alguns jogos. Uma nota negativa para a localização do headphone jack e da porta de carregamento/ligação à corrente/computador. Por estarem localizados nos lados “maiores” (cada um do seu lado), ao colocar o tablet numa posição horizontal (por exemplo para ver um filme), não é possível ter os auscultadores conectados ao mesmo tempo que o dispositivo está a carregar.

BATERIA

Se tivermos como termo de comparação a duração da bateria de um iPad, este Galaxy Tab é uma desilusão, principalmente utilizando 3G. Mesmo tendo em consideração o seu tamanho mais reduzido, penso que um dia e meio de bateria (com um uso normal) é muito pouco.

CÂMARA

Uma das surpresas mais agradáveis deste dispositivo. A câmara traseira de 3.2 MP é bastante competente (talvez a melhor do mercado, excluindo o novo iPad) e a existência de flash é sempre uma mais-valia. Tal como na grande maioria dos tablets, a câmara frontal, com 2 MP, deixa muito a desejar. Convém realçar que a real utilização desta câmara prende-se com a possibilidade de Video Chat, pelo que, não é muito importante, para a maioria do utilizadores, ter uma câmara mais evoluída. Em relação à captação de Vídeo o Galaxy Tab 8.9, não tendo surpreendido, portou-se também bastante bem, gravando em 720p.

SOFTWARE

O Galaxy Tab tem como sistema operativo a versão Android 3.1 (Honeycomb), “embrulhado” num launcher proprietário da Samsung – Touchwiz. Desenhado especificamente para tablet, este sistema operativo é bastante competente. Rápido, altamente customizável e com uma total integração do eco-sistema Google (gmail, maps, docs, etc) este sistema é perfeito para quem não se sente bem “aprisionado” a um conjunto de regras e normas (como acontece em iOS). Esta “abertura” é também o seu maior problema. Um sistema Android não apresenta a simplicidade de utilização de outros sistemas. As aplicações têm interfaces diferentes, sendo sempre necessário perceber como cada uma funciona. Muitas das aplicações existentes não foram criadas a pensar em tablets, o que torna a sua experiência de utilização bastante frustrante.

A possibilidade de descarregar e instalar qualquer aplicação tem potenciais riscos de segurança (existem anti-vírus na loja de aplicações, o que demonstra os reais riscos de infecção). Muitas aplicações crasham e em outros casos a mesma aplicação tem diferentes versões no mercado (Google Play, anteriormente designado market) consoante o modelo do processador. Será que o utilizador comum sabe o que é um ARMTegra2? A própria possibilidade de navegar no filesystem, embora seja importante para alguns, é totalmente indiferente para a maioria das pessoas. De uma forma geral, o Android Honeycomb é sistema é o ideal para quem é mais curioso e tem alguns conhecimentos de informática de forma a tirar partido das suas melhores características.

Tal como na maioria dos sistemas Android, a actualização de software não é uma tarefa “transparente” já que a mesma depende não apenas do fabricante mas também da Google. Embora o mais recente SO Android – 4.0 – Ice Cream Sandwish (ICS) já tenha sido lançado há alguns meses, apenas uma pequena percentagem de dispositivos pode, de uma forma “oficial”, usufruir das suas funcionalidades. No caso do Galaxy Tab é necessário criar uma conta na Samsung para conseguir efectuar a actualização para o Honeycomb 3.2. E quando será possível actualizar para o ICS?

Naturalmente que este sistema tem também inúmeras funcionalidades que merecem ser destacadas. Existem 6 ecrãs onde é possível colocar atalhos para aplicações e widgets. Existem dezenas de widgets disponíveis que permitem ter acesso imediato à informação de uma aplicação (o estado do tempo, a timeline do twitter, o gmail, etc). Os ecrãs são totalmente customizáveis. Não existindo um botão “físico”, todas as operações são efectuadas clicando em botões no ecrã:

Canto inferior esquerdo – voltar atrás, voltar ao ecrã principal, navegar pelas aplicações abertas e tirar um screenshot (dei por mim a tirar screenshots sem querer variadíssimas vezes);

A meio – menu com atalhos para o gestor de tarefas, calculadora, calendário, bloco de notas, relógio e leitor de música. Qualquer destas tarefas é executada sobre a aplicação que se encontra aberta. Uma funcionalidade muito interessante e prática;

Canto inferior direito – notificações, estado da bateria, rede e relógio. Ao clicar tem-se acesso a um painel de definições onde é possível alterar o brilho, bloquear a orientação, ligar/desligar wi-fi, gps e notificações, bem como ter acesso às definições globais do tablet;

Canto superior esquerdo – pesquisa google por voz;

Canto superior esquerdo – botão para a listagem de todas as aplicações instaladas.

Existem outros pormenores interessantes, como por exemplo a possibilidade de ter mais do que um pedaço de texto no clipboard, muito útil na edição de texto.

Sendo um sistema mais aberto, é aconselhável que os seus utilizadores tirem partido de todas as potencialidades. Esta é a lista das 10 aplicações que penso serem indispensáveis:

DropboxLink – Seja qual for o sistema operativo, ter uma conta dropbox tornou-se indispensável. Para quem não sabe, este serviço disponibiliza 2GB de storage na cloud e permite uma fácil partilha de ficheiros entres sistemas e máquinas. Por exemplo, é possível ter uma pasta dropbox num computador a executar o Windows, a mesma pasta num Mac e a mesma pasta num iPhone ou Android. Qualquer alteração nessa pasta sincroniza automaticamente;

AstroLink – O mais completo gerenciador de ficheiros para Android. Para além da facilidade de manipulação de ficheiros, esta aplicação permite ainda criar backups e gerir processos, sabendo assim quais os recursos que cada aplicação está a utilizar;

BS PlayerLink – Tal como acontece com a versão para desktop, este player lê praticamente todos os formatos vídeo e ainda procura automaticamente as legendas;

TuneIn RadioLink – milhares de estações de rádio/podcasts de todo o mundo, um mecanismo de busca excelente e ainda a possibilidade de gravar;

Google DocsLink – É a ferramenta de produtividade mais utilizada e competente quando é necessário partilhar/editar documentos na cloud. Só num sistema operativo Android é possível ter a melhor experiência móvel das suas funcionalidades;

tTorrentLink – É demasiado óbvio;

Swiftkey Tablet XLink – O melhor teclado existente na Google Play Store e totalmente compatível com português de Portugal;

Rumpus Link – Gostas de uma banda e queres saber quem influenciou o seu som ou quem foi influenciado pelo seu trabalho? Esta é a aplicação ideal. Criada para quem gosta de descobrir novos sons e repleta de informação, música e Vídeo;

WinampLink – Um clássico de Windows numa versão bastante robusta para Android.

O Galaxy Tab Tab 8.9 é um excelente tablet e bastante mais “móvel” do que muitos dos seus competidores devido ao seu tamanho e design. Sem dúvida que a Samsung é a principal concorrente da Apple neste mercado e os “Galaxy Tabs” são os mais competentes. Se estiverem indecisos entre um iPad ou um Galaxy Tab tenham em consideração o real uso que vão dar ao tablet. Se pretendem ter controlo total sobre o aparelho e são “tecnologicamente curiosos” então a escolha deverá ser o Galaxy Tab.

PRÓS

Design e tamanho;
Ter como sistema operativo o Andoid, ser altamente customizável e ter um enorme leque de aplicações disponíveis;
Widgets, pesquisa de voz e “atalhos”;
Existência de um filesystem facilitando a ligação com um computador e a partilha de ficheiros entre os dispositivos.

CONTRAS

Preço (499€ na Fnac);
Ter como sistema operativo o Andoid e devido a isso uma curva de aprendizagem mais íngreme comparado com outros sistemas operativos;
Algumas má opções de hardware, nomeadamente a posição do headphone jack e porta de comunicações;
Não ter porta para cartões de memória.



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