5__l

Samuel Úria devolve ao mundo o seu segundo álbum.

Nascido no decote da nação, entre o Caramulo e a Estrela, Samuel Úria leva para os palcos o blues do Delta do Dão. De lenda rural para lenda urbana, tudo está certo: meio homem meio gospel, mãos de fado e pés de roque enrole.

Era com este parágrafo que há 10 anos se iniciava a sinopse referente aos concertos de apresentação de “O Grande Medo do Pequeno Mundo”, a colecção de canções que se celebrará na noite de dia 16 de Março no Tivoli, e a 21 de Março na Casa da Música. E se já passou uma década desde a escrita original da citação, o mínimo que se pode afirmar é de que continua actual, ajustando-se ainda ao que Samuel é em hoje em dia.

Aliás, recorrer aos escritos da altura é confirmar as premonições feitas, Samuel não só foi confirmando o seu lugar ímpar como escritor de canções, como foi ainda tendo a capacidade de nos surpreender com as novidades que regularmente nos foi apresentando. Mas foquemo-nos em “O Grande Medo do Pequeno Mundo”, o álbum charneira no percurso do “trovador de patilhas”.

Sobre, “O Grande Medo do Pequeno Mundo”, Pedro Mexia iniciava o texto de apresentação do álbum desta forma “Este é um disco sobre «a voz». Não sobre Frank «the voice» Sinatra, embora o galante mafioso também compareça, transformado em forma verbal; trata-se antes de uma defesa do falar, do dizer, do cantar. A música é um «som cantado», lembra Samuel Úria, mas é mais que isso: é um testemunho.” E concluía: “No amor, como noutras vozes que nos dão voz, o sustento é forte quando o intento é puro. E o mundo é pequeno, e o medo é grande, e, ainda assim seguramo-los, como um colchão aos trapezistas”. E não tem sido este o destino de Samuel Úria? Testemunhar através da sua voz a vida, tal e qual um trapezista das palavras?

Para esta celebração de “O Grande Medo do Pequeno Mundo”, Samuel Úria terá com ele em palco as vozes que contribuíram para a posteridade daqueles temas: “Lenço Enxuto”, com Manel Cruz; “Eu Seguro”, com Márcia (e a guitarra de Tomara); a constelação de “Triunvirato”, em que juntou António Zambujo e Miguel Araújo; e ainda Jorge Rivotti que com ele abriu o álbum com “O Deserto”.

Mas se a ocasião justifica o destaque aos notáveis convidados, seria injusto não destacar os companheiros de palco, seja porque alguns deles fizeram parte da construção do universo sonoro do álbum – Jónatas Pires nas guitarras; Tiago Ramos na bateria; Miguel Sousa em múltiplos instrumentos; ou Joana Wagner, Rebeca Reinaldo, Lucas Silva ou Tiago Silva nos coros – ou os cúmplices mais recentes que a Samuel Úria se têm juntado – António Quintino no baixo; Silas Ferreira nos teclados; e Inês Amador Pires, Inês Baptista, Inês Maia, Pedro Wagner, Rafael Nunes ou Simão Carneiro nas vozes.

Em palco, a interpretação integral 13 momentos musicais que fizeram de “O Grande Medo do Pequeno Mundo” um disco inolvidável no percurso de Samuel Úria. E também do nosso, testemunhas da sua singular criatividade.

Preparem-se os aplausos e adquiram os bilhetes na Ticketline (e lugares habituais).



There are no comments

Add yours

Pin It on Pinterest

Share This