Samuel Úria

Samuel Úria @ TMN Ao Vivo (24.05.2013)

A apresentação de "O Grande medo do Pequeno Mundo"

Já faz algo tempo desde que Samuel Úria saiu de Tondela para os palcos deste pequeno País. Desta vez, o palco TMN Ao Vivo foi o escolhido para apresentar o seu mais recente longa-duração intitulado “O Grande Medo do Pequeno Mundo” (recordem a entrevista a propósito do lançamento aqui) lançado há menos de dois meses.

O concerto desta noite prometia muitas participações especiais, como por exemplo da talentosa Márcia, mas também no lado do público se avistavam outros talentos, como os irmãos Markl, Miguel Ângelo e David Fonseca, isto para enumerar alguns nomes a título de curiosidade.

Mas, mais importante do que quem veio assistir ao concerto, é o espectáculo em si. E este não desapontou. Antes de mais, apresenta-se em palco o indivíduo do meio musical famoso pelas suas patilhas, o único e por isso inconfundível Samuel Úria, Sami para os amigos, com uma voz que varia entre o sussuro e um timbre mais tremido mas sempre, sempre, muito bem definida e controlada, mss principalmente caracterizada por uma dicção exemplar.

Samuel Úria tem algo que poucos têm, a meu ver, que é uma capacidade lírica que faz frente a qualquer poeta consagrado. Sejamos sinceros, uma pessoa que consegue colocar a palavra ‘gangrene’ numa letra sem que esta soe mórbida ou sanguinária merece o devido reconhecimento.

Em palco, sempre bem disposto e extremamente expressivo, recebeu em “sua casa” os amigos, que foram bastantes, sem contar com um coro de doze vozes. Salientam-se alguns nomes como a já referida Márcia, que nos brindou com uma cena digna de Bond Girl ao soltar o cabelo ( Samuel apelidou de pirotecnia capilar), Tiago Bettencourt ou Alex d’Alva Teixeira, que puxou por mais uma faceta deste músico multi-facetado – o rap.

Foram praticamente duas horas de concerto, sem que se desse pelo tempo passar e isso define aquele que sabe ou não entreter. Apresentou as músicas do novo álbum mas não esqueceu aquelas que já fazem parte do seu consagrado legado musical.

O público respondia ainda assim aos coros e refrões que entoava sem receio, numa sala que não chegou a encher. Os amigos de Sami e aqueles que são seus fãs esperam por mais; músicos assim merecem mais do que isto, mais do que este escasso reconhecimento. Reconhecimento a quem o merece, e Samuel Úria merece-o sem dúvida, tal como um salto quantitativo de público, pois mais qualidade seria simplesmente avalassador.



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