Hey, olha para os pés
Elas estão de volta!
Borracha vulcanizada e lona. É com uma conjugação tão simples quanto esta que a Sanjo tem vindo a conquistar gerações e a fazer história. E para os que julgavam que já não era possível encontrar umas Sanjo, temos novidades: elas estão de volta. E em força.
Foi em 1914 que a Empresa Industrial de Chapelaria, Lda. nasceu, em S. João da Madeira, com o intuito de produzir chapéus. Em 1948 iniciou a produção de calçado desportivo para a equipa de basquetebol local (Sanjoanense). Começa assim o percurso destas sapatilhas portuguesas que na década de ’60 inspiraram a empresa a criar o slogan “Os chapéus Joanino e o calçado Sanjo servem Portugal da cabeça aos pés”. A aposta do produto incidia no conforto e durabilidade, o que levou a uma rápida conquista do mercado, tornando as Sanjo num ícone de popularidade dos anos 70 e 80. Poucos são aqueles que, à época, não tiveram umas Sanjo nos pés, como afirmação de estilo e personalidade. E, como se não bastasse, esta fama foi além-fronteiras, tendo largo reconhecimento internacional.
No entanto, em 1996, com o aumento da concorrência e um declínio que se vinha a adivinhar desde o final da década de ’80, a empresa declarou falência, acabando a Fersado por comprar a patente Sanjo em hasta pública. A empresa aguarda a melhor altura para lançar a marca no mercado como uma nova linha de calçado. É em 2008 que, pela mão de Paulo Fernandes, administrador da empresa, se começa a delinear um novo futuro para a marca: uma aposta de 500.000€ no pico da onda revivalista pretende colocar as Sanjo de novo no mercado, desta vez orientadas a um segmento médio/alto.
A jornada começa pela procura de sapatarias com stock antigo, na esperança de encontrar alguns exemplares e com o intuito de desenvolver os novos modelos. Surgem assim o modelo K100, com cano, e o modelo K200, sem cano. Inovando no design mas mantendo os traços distintivos da marca, as Sanjo conquistam os mais velhos pela nostalgia e os mais novos pelo design e conforto. O único senão encontrado pela empresa residiu no facto de, em Portugal, já não existirem fábricas que produzam borracha vulcanizada, tendo que levar a manufactura para a China.
Para o Verão de 2012 a Sanjo desenvolveu uma colecção de 60 sapatos e botas, apostando com força nas diferentes cores e incluindo no seu portefólio, não só as já conhecidas K100 e K200, mas também as K100Júnior (versão para crianças, com velcro em vez de cordões), as Sanjo de edição especial Xutos e Pontapés, as Sanjo K100 LHZ (com texturas e acabamentos metalizados), as Sanjo FK (versão mais sóbria, em vertente feminina – KF1000- ou unisexo – KF1200) e as Sanjo KS (ideais para a prática desportiva).
As conjugações prometem agradar a miúdos e graúdos e um furor tão grande como outrora é mais do que expectável.
E para quem acha que as Sanjo tinham ficado para a história, nós antevemos: este é só mais um capítulo que parece estar bastante distanciado do final.
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A sanjo teve oportunidade para recriar história, mas não tiveram visão nem capacidade intelectual para isso.
Há já muito tempo que deram um 'tiro no pé'. Desde essa altura que se estão lentamente a esvair em sangue. Não vai tardar muito para que se dê o enterro…
E eu sei bem do que estou a falar. Estive bem dentro de todo este processo e hoje quase me envergonho de ter contribuído de alguma forma para este [triste] fenómeno…