Sonic Culture & Anthony Rother
5 anos de Sonic Culture
O Lux foi o palco escolhido pela “Sonic Culture”, para comemorar os seus 5 anos de existência, e Anthony Rother, um alemão estreante em solo português, não poderia ser melhor escolha para a abrilhantar este evento.
Anthony Rother é um dos mais importantes impulsionares do movimento electro. Juntamente com nomes como DJ Hell, Miss Kittin (Gigolo Recordings) e mesmo Tiga (que foi indirectamente associado a este movimento), Rother conseguiu por o electro nas bocas do mundo. No entanto, Anthony, diferencia-se dos restantes artistas pelo facto das suas performances serem realizadas em tempo real, isto é, o uso de laptops é algo fora de questão para este produtor (e não DJ).
Consigo carrega uma panóplia de 146 kg!!! de equipamento onde poderão ser encontrados sequenciadores, sintetizadores, teclados, dois microfones, uma bateria electrónica entre outros, tocados todos pelo próprio. Cada espectáculo transforma-se numa autêntica maratona para Rother e no meio do imenso arsenal de maquinaria pesada ainda tem tempo para mandar uns vocals no seu espectáculo. Como o próprio afirma: “De um ponto de vista físico, prefiro tocar usando meu corpo como uma extensão dos microfones, dos sintetizadores, dos teclados. É como se estivesse conectado com essas máquinas. Não é possível fazer o que faço com laptops. Não julgo quem toque dessa forma, mas, para mim, não seria divertido”.
Esta forma de actuar está também relacionada com o facto de Rother não andar propriamente por estas andanças à pouco tempo. Desde 1993 que Anthony se dedica à produção de música electrónica, altura na qual os espectáculos com laptops ainda não existiam, o artista era portanto obrigado a realizar toda a musica em tempo real, Anthony Rother nunca se deixou seduzir por este, chamemos, conformismo.
Aos 32 anos, já produziu discos superiores como “Sex With the Machines” em 1997, álbum de estreia com um titulo mediático lembrando o conceito Kraftwerkiano; “Simulationszeitalter” em 2000; o aclamado “Hacker” pela Psi49net em 2002 de que foi extraído o superhit com o mesmo nome; o álbum ao vivo “Life is Life is Love” em 2003; “Electro Pop” no ano de 2001 e “Popkiller” em 2004. Destes foram extraídos inúmeros êxitos para as pistas de dança chegando algumas das “malhas” a autênticos épicos para alguns Dj´s: “Father”, tema surpreendente para abrir uma pista e “Bodytalk”, recentemente enquadrado na compilação “Destroy Minimal” extraídos de Popkiller são um bom exemplo. Mais recentemente “Youth” e “Lúcifer” seguiram os mesmos passos extraídos de “Super Space Model” o ultimo longa duração de Rother editado o ano passado pela Datapunk.
Apesar desta longa lista citada de produções como Anthony Rother, este produtor residente em Offenbach assume ainda os cognomes de Litlle Computer People, Psi Performer, Lord Sheper ou Family Lounge, foi co-produtor de Heiko Laux, Sven Vath e Frank Lorber, remisturou Tiefschwarz, Karl Bartos (vocalista dos Kraftwerk), Sven Vath, Miss Kittin & the Hacker, Dj Hell (editou também um EP com ele: “German Beauty”), Fairmont aka Jake Fairley, e os seus temas encontram-se em compilações de Dave Clarke, Radioactive Man, Electric Indigo, Sven Vath, Damien Lazarus, Agoria (em Fevereiro vai a discoteca de Santa Apolónia depois do cancelamento no mes passado), Oxia entre outros. Mas foi na remistura de Trans-Europe Express dos pais da música electrónica, Kraftwerk, que Rother conseguiu atingir o expoente máximo da sua, já longa, carreira. Com autorização dos próprios, em 1998 edita um Ep pela Psi49net com o mesmo nome de “Trans-Europe Express” um dos maiores hinos existentes da música electro criado pelos Kraftwerk em 1977 no álbum com o mesmo nome.
A música de Anthony Rother pode ser descrita como um electro sombrio, chegando mesmo por vezes a uma sonoridade perto do dark introspectivo, como nos seus trabalhos “Elixir of Life” e “Art Is a Technology” com fortes subidas próprias deste estilo musical. Para os vocals utiliza um vodecoder-driven com filtros robóticos futuristas, no meio de toda esta fusão Rother tem a capacidade de imprimir uma melancolia muito própria nas suas produções. A composição das suas letras gira a volta da relação da espécie humana com as maquinas e a influencia dos computadores na sociedades, um verdadeiro pós-Kraftwerk portanto… em palco apenas toca musicas compostas por si. Nesta noite a sua performance deverá incidir sobretudo no seu ultimo álbum “Super Space Model”.
Depois de o ano passado ter celebrado o seu quarto aniversário com um lançamento de um mix-cd por Expander este ano a festa promete ser rija no Lux, contando também com a presença do “Kompakt” Expander, o residente do Lux Nelson Flip e Sonic Dj´s.
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