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South Park: The Fractured But Whole | Análise

A Guerra Civil chegou a South Park

Situado cronologicamente depois do bem-sucedido The Stick of Truth, que chegou em 2014, vamos encontrar as famosas personagens de South Park, já fartas do mundo de fantasia medieval que caracterizava o anterior jogo, prontas a criar uma franchise de super-heróis com a recompensa pela descoberta de um gato que desapareceu. O herói do jogador pode, mais uma vez, ser personalizado a gosto, com a origem e dificuldade a ser baseada na raça que escolhemos, uma jogada típica da marca South Park. As personagens, com uma clara inspiração na saga Guerra Civil da Marvel, entram em choque e criam duas equipas, os Freedom Pals e os Coon and Friends, num conflito que rapidamente alcançará todos os cantos da cidade de South Park.

As piadas são uma constante, com a hábil capacidade de ir sempre mais para além do que aquilo que pensamos ser o limite para o nosso próprio humor negro. Como é, aliás, habitual na série, este é um género de comédia que não é de todo para os mais sensíveis e admito que eu próprio tive alguns momentos em que pensei que se calhar era demais. Apesar de tudo, The Fractured But Whole acaba por ser uma boa sátira à onda de filmes de super-heróis que tem assolado o cinema nos últimos tempos.

Em relação a The Stick of Truth, este novo lançamento reformula a jogabilidade RPG do jogo anterior, pegando nela e adicionando-lhe uma componente táctica de movimentação no campo de batalha. O sistema de grelha permite a movimentação ao longo de espaços pré-determinados, com limitação das deslocações e dos ataques em cada turno. A nossa personagem pode usar duas classes e misturar habilidades, combinando estilos de jogo entre ataques em área e ataques mais próximos, ou até alguns golpes à distância com habilidades que permitam regenerar pontos de vida. Seja qual for a vossa escolha, cada movimento tem que ser bem pensado já que rapidamente a dificuldade sobe. Por isso, as ofensivas requerem um plano prévio e não são nunca de descurar as habilidades das personagens da nossa equipa que permitem aumentar a defesa ou causar dano ao longo de vários turnos.

Ao nível da evolução, a nossa personagem vai melhorando à medida que ganha novos espaços para inserir novos artefactos que vamos desbloqueando. Estes artefactos atribuem novas habilidades à nossa personagem, como um aumento nas habilidades curativas, e procurar os componentes para os criar é essencial. Por isso, há que explorar os cenários ao máximo, uma tarefa que por vezes é penosa, mas que recompensa no final quando vemos melhorias significativas nas habilidades da nossa personagem. O mundo de The Fractured But Whole é gigantesco e dá azo a vários pormenores escondidos, repletos de interacção. Mas como não podia deixar de ser, as cenas rocambolescas da série estão presentes por todo o lado e aqueles que sempre a acompanharam vão constantemente encontrar caras familiares.

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Este é por isso mesmo um jogo fácil de recomendar aos fãs da série, habituados ao humor que não tem limites de bom senso. A jogabilidade táctica, que não é novidade no género RPG mas que o é na série, assenta que nem uma luva e promove verdadeiros confrontos que obrigam o jogador a pensar cada movimento. A cidade de South Park vive com as suas personagens características e a trama ao estilo Guerra Civil da Marvel assenta numa perfeita ironia à cultura pop dos últimos anos no cinema. Já acontecia com The Stick of Truth e o mesmo acontece agora com The Fractured But Whole. Este é um videojogo que cumpre todos os preceitos da série e funciona como se um grande episódio se tratasse, apoiando-se em tudo aquilo que faz South Park ser South Park.



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