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S. Pedro @ Musicbox (02.03.2023)

Shot Pedro.

Há concertos que sabem a pouco. Alguns por não estarem à altura das expectativas, outros por passarem por nós demasiado rapidamente. Esta última hipótese foi precisamete o caso da actuação de S. Pedro na noite de quinta-feira no Musicbox. Quando Pedro Pode e seus apóstolos saíram de cena, simplesmente nos apetecia reentrar na sala do Cais do Sodré e assistir a uma outra performance por inteiro.

A música criada por Pedro Pode, neste caso assinando como S. Pedro, sempre foi muito assim: aparentemente simples, mas causando vício com relativa facilidade. Facto que mais uma vez se comprovou, dado que não só saímos com vontade de reentrar, como chegámos a casa com vontade de colocar a discografia de S. Pedro a rodar. Discografia essa que, nos últimos tempos, tem sido enriquecida com alguns singles que eventualmente caberão no disco vindouro, o terceiro desta aventura de Pedro.

Esta mini-digressão serviu para ir testando uma mão cheia de temas novos em palco, e no Musicbox dificilmente a reacção da plateia poderia ter sido melhor. Realce para «Tão Difícil» e «O Futuro», temas nos quais se detectam claras influências do universo do hip-hop, com sóbrias batidas electrónicas a substituírem a bateria normal, e não recorrendo praticamente à guitarra eléctrica. Sistema algo diferente, mas obtendo o mesmíssimo resultado: canções frescas e que nos ficam entranhadas. Todavia, neste regresso ao Musicbox, onde já actuou diversas vezes, S. Pedro não deixou de fora trunfos como «Passarinhos» (cujo refrão jogou lindamente com a recta final tribal de «Amamanhã»), ou «Apanhar Sol», este último a parecer fruto de umas férias de Pedro Pode com os Vampire Weekend, durante a qual público não se coibiu de ficar responsável pelas palmas ritmadas.

O ponto final do concerto não poderia ter sido mais apoteótico, com S. Pedro a interpretar «Campanhã», uma canção que roça a perfeição, com melancolia e força em doses similares, e que foi inquestionavelmente um dos marcos ma música nacional no ano passado. E nem sequer é muito normal um tema recente ser eleito para rematar a noite, ainda que realmente a massa humana já trauteasse largos trechos da canção.
Soube a pouco. Ouviu-se num trago. Escorreu que nem ginjinhas. Como um shot, um Shot Pedro.

Alinhamento:
– Pinhal
– Música do Outro
– Fala-me ao Ouvido
– Fujo a Correr
– Sem Ninguém
– Amamanhã
– Passarinhos
– Tão Difícil
– O Mundo
– Sorte
– O Futuro
– Modas
– CBDV
– Apanhar Sol
(encore)
– Campanhã



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