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Spoon @ Coliseu dos Recreios (17.11.2017)

Rock que abana a anca

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O serão de sexta-feira no Coliseu dos Recreios foi inaugurado pelo trio Husky Loops, perfeitos desconhecidos por cá, arriscamos a dizer, mas que ofereceram uma actuação com bons pontos de interesse, à qual o público que chegou mais cedo reagiu positivamente. A banda londrina conta somente com um par de EPs no seu palmarés, mas demonstrou grande à vontade em palco, com destaque para um baixo e bateria extremamente inventivos. Estes tiques personalizados da secção rítmica permitem-lhes escapar relativamente incólumes a comparações algo evidentes do seu som com Arctic Monkeys, entre outros. Fecharam com «Fighting Myself», um bom resumo da sua sonoridade, com os referidos baixo e bateria a terminarem isolados em palco para uma espécie de mini jam session.

Circulava-se perfeitamente num Coliseu a meio gás, que permitiu que o público aproveitar o intervalo para se refrescar no bar ou aumentar o espólio pessoal junto ao sempre tentador balcão de merchandising.

Era chegada a hora para que os Spoon voltassem a pisar palcos na capital portuguesa, tendo somente passado quatro meses desde a última aparição. E a banda texana executou a denominada entrada a pés juntos, com «Do I Have to Talk You Into It?» e «Inside Out». Esta última, que foi uma das coqueluches do álbum anterior “They Want My Soul”, capaz de transmitir a paz de espírito de uma sessão de zen, era já um sinal relativamente ao trabalhado editado posteriormente: os teclados dominam toda a narrativa. Curiosamente, é no tema seguinte, «I Turn My Camera On» que as guitarras tomam os comandos em detrimento dos teclados, abrindo uma fase mais rock do concerto, águas em que os Spoon se movimentam há muito tempo. A adrenalina sobe até ao ponto em que o «Rainy Taxi» não pára e a bateria prossegue directamente para «Don’t You Evah».

O clima volta a mudar quando a teclado fica isolado para nos trazer um momento de transe na introdução de «I Ain’t The One», claramente o tema maior de “Hot Thoughts”. Britt Daniel optou por experienciar este momento de transe colectivo estatelado numa plataforma localizada no centro do palco, donde inclusivamente cantou os primeiros versos deste exercício vocal estupendo e que fica a ecoar nos ouvidos mais atentos.

A recta final do concerto foi mais uma prova da máquina rock n’ roll que o quinteto texano logra ser, colando muitas vezes as músicas que nem um DJ com queda para passagens de nível, onde predominaram temas de discos anteriores. Aquando dessas recordações, nota-se que aquilo que “Hot Thoughts” acrescentou aos Spoon foi uma veia groove que lhes cai tremendamente bem na coluna rocker que sempre exibiram. Até ao final, destaque especial (ou será espacial?) para o autêntico OVNI que é “Pink Up”, graças à sua locomotiva electrónica, guiada a meio do percurso por um baixo gordo que sugere um bom movimento de anca, reforçado ainda pelas pandeiretas que entram igualmente em cena.

Britt recordou a meio da noite o concerto no NOS Alive como um “bom show” e agradeceu especialmente quem decidiu revê-los em tão pouco espaço de tempo. Mas o prazer redobrado foi nosso ao termos a oportunidade de assistir ao culminar da tour, que também levou a banda ao Porto no dia anterior.

Alinhamento

Do I Have to Talk You Into It

Inside Out

I Turn My Camera On

Rainy Taxi

Don’t You Evah

Do You

Via Kannela

I Ain’t the One

Everything Hits at Once

Can I Sit Next To You

My Mathematical Mind

Don’t Make Me a Target

The Underdog

Got Nuffin

Black Like Me

WhisperI’lllistentohearit

Pink Up

Hot Thoughts

Rent I Pay

 

Galeria



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