SBSR 2013 | Dia #1 (18.07.2013)

Super Bock Super Rock 2013 | Dia #1 (18.07.2013)

O Árctico levantou poeira no Meco

Reportagens: Dia 2 // Dia 3

Após um ano de algum hype e pouca uva (Lana Del Rey, Skrillex, Perfume Genius), a poeira voltou a levantar na Herdade do Cabeço de Flauta que, este ano, recebe quatro actuações no palco principal – menos uma que em 2012. É, portanto, um cartaz mais conciso, mas de apostas seguras.

A prová-lo no arranque do festival estiveram as portuguesas Anarchicks, cujo repertório conta já com a altamente contagiosa (e celebrada) «Restraining Order». As restantes canções de “Really?!” desfilaram com confiança. O futuro pode ser delas, se assim o quiserem.

Owen Pallett teve direito ao horário nobre no palco EDP e não desiludiu; apesar do cantautor canadiano estar fadado a uma recepção mais calorosa em ambientes mais intimistas, o seu carisma rende entretenimento q.b. A propósito de alguns falhanços com os pedais, ficou a sábia analogia (aqui transcrita em Inglês, que o anglo-saxónico tem uma ligeireza que nos escapa na língua de Camões): “It’s a close line between success and failure. Like a penis, between the pussy and the ass-hole.”

De regresso ao palco Super Bock, Azealia Banks disparou uma actuação em regime McDonald’s: os temas do EP “1991” e da mixtape “Fantasea” obrigaram a um consumo muito rápido, na lógica copy-paste do DJ Cosmo. Contudo, foi uma actuação competente, com o cheirinho a polémica que lhe conhecemos – ao ouvir-se a sua versão de «Harlem Shake», admitiu que se meteu em problemas, mas “I don’t give a fuck” – e chegou na altura certa (recorde-se o cancelamento na edição do ano passado), animando um público que, na sua maioria, terá já lugar marcado no Sudoeste.

E se há uma luz que nunca se apaga é a dos The Smiths. Johnny Marr apareceu a título individual neste Super Bock Super Rock, com o álbum a solo (“The Messenger”) debaixo do braço, mas os momentos de maior empatia com o público chegaram com a repescagem de temas como «Bigmouth Strikes Again», «How Soon Is Now» e, a fechar, «There Is a Light That Never Goes Out». A presença de Marr foi, no entanto, bem vinda e serviu como uma entrada clássica, que nunca compromete, para o grande petisco do dia.

A novíssima «Do I Wanna Know» foi o pontapé de saída de um concerto onde, à excepção dos temas ainda inéditos, não houve letra que não fosse cantada, pulada e suada. Diz quem os viu já repetidas vezes que esta foi a melhor actuação dos Arctic Monkeys em Portugal, muito devido à crescente confiança de Alex Turner. Com ares de Elvis, faltar-lhe-á ainda um certo desarranjo próprio das maiores personalidades do rock, mas a alma está lá – e não é por acaso que os britânicos têm produzido algumas das maiores canções do género nos últimos anos.

Os Arctic Monkeys sabem o que se espera deles e, nesta apresentação visualmente grandiosa, fizeram questão de relembrar êxitos dos aclamados “Whatever People Say I Am, That’s What I’m Not”, “Favourite Worst Nightmare” e ainda temas mais recentes como «Brick By Brick» e «Don’t Sit Down ‘Cause I’ve Moved Your Chair». Esperamos voltar a vê-los em breve.

Quanto ao festival, as maiores expectativas para o dia #2 guardam-se para a estreia de Miguel e para The Killers, no dia que se afigura menos equilibrado neste festival.

Fotografia por Graziela Costa. Vejam aqui a galeria do primeiro dia; segundo dia.



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