Super Smash Brothers Ultimate | Análise | Switch
O crossover mais ambicioso na Switch!
Há quem pense que o último filme dos Avengers, “Infinity War”, seja o maior crossover mediático dos últimos tempos. Mas a Marvel Studios não chega aos calcanhares da franquia Super Smash Brothers, que desde 1999 tem vindo a concretizar uns dos desejos mais ardentes para geeks de todo o mundo: ter duas personagens de ficções diferentes medir forças para descobrir qual a mais forte. Hoje em dia, a saga vai muito além desta fantasia, chegando a ser uma das mais populares da Nintendo, com centenas de milhares de fãs que a adoram não só pela diversão casual, como também pelo furor competitivo que oferece. O seu criador, Masahiro Sakurai, pai do famoso Kirby, procura sempre balançar estes dois aspectos – casual e competitivo – ao mesmo tempo que traz para o campo de batalha dezenas de personagens da Nintendo e ainda algumas de marcas parceiras. Perante este desafio hercúleo, Super Smash Bros Ultimate, o quinto título da franquia, foi feito para ser a derradeira iteração. Decerto que é a mais ambiciosa, com 74 personagens, dois modos gigantescos para 1-jogador e vários outros para multi-jogadores; mas será que merece o adjectivo de derradeiro?
Antes da crítica, um aparte – Para que esta não se alongue mais do que é necessário, deixo aqui um link da página da Nintendo que resume as regras básicas do jogo.
E agora comecemos com os méritos – “a César o que é de César” – a equipa está de parabéns! Dar vida a 74 personagens de universos distintos, tirá-las dos seus géneros originais e transpô-las para um jogo de luta é obra, ainda por cima com o nível de detalhe que lhes foi dado. A experiência de jogar com cada uma (tirando um ou outro clone ou “echo”) é totalmente única, e de certo que qualquer jogador encontrará pelo menos uma com a qual sinta um clique. Para além disso, existem 103 estádios diferentes, desde os mais simplistas, ideais para duelos competitivos, aos mais espalhafatosos, que tornam as partidas casuais tão mais divertidas. Mas se jogar contra 7 oponentes em simultâneo vos dá dores de cabeça – nada temam, Super Smash Bros. Ultimate traz consigo modos para entreter os donos do jogo quando não têm ninguém com quem jogar: o Classic Mode traz, para cada personagem, 7 rondas cada vez mais difíceis contra o computador – culminando numa luta contra um Boss; e o Spirits Mode faz-nos enfrentar lutadores sob condições especiais, cuja derrota é recompensada com spirits. Infelizmente não há maneira de coleccionar o espírito do Santo António ou da Nossa Senhora dos Aflitos, mas é possível conquistar até 1200 de várias personagens de todas as franquias (e mais algumas) representadas pelo plantel principal, tornando este título um crossover ainda mais espectacular – “Estão TODOS aqui”, realmente! Estes espíritos podem ser equipados à nossa personagem para ter uma vantagem contra os desafios neste modo. Para além disto, o World Of Light, uma espécie de “modo aventura de 1 jogador” do Spirits Mode, inclui centenas de desafios espalhados por um mapa que se vai expandido lentamente. Este mundo oferece uma história imperdível para os fãs, na qual todos os lutadores têm de juntar forças para derrotar um mal maior (sejam vilões ou heróis); uma aventura que termina com revelações impressionantes e níveis memoráveis, nomeadamente nas últimas horas.
No entanto, eu não estou a exagerar quando digo “centenas de desafios”. Antes de chegar aos momentos mais recompensadores do World of Light, é necessário travar uma quantidade absurda de batalhas, algo que se torna repetitivo. Apesar de haver algum nível de estratégia, por nos obrigarem a pensar nos espíritos que devemos equipar, não sinto que seja suficiente para tornar a jogabilidade menos monótona. Sendo controlados pelo computador, é impossível prever os comportamentos dos adversários, por isso é inevitável reverter para estratégias menos elegantes, como esperar por um dos itens mais mortíferos e acabar logo com a batalha, se não conseguirmos vencê-la com ataques certeiros. Talvez eu tenha esta opinião porque retiro mais divertimento quando estou perante um adversário humano, que vai aprendendo com os nossos movimentos, ao contrário do computador. Felizmente, o Classic Mode oferece uma experiência mais compacta e refrescante, pois temos garantido um Boss final depois de 7 lutas (estes também existem no World Of Light, mas são menos comuns). As lutas contra Bosses são distintas das tradicionais – somos lançados contra lutadores gigantes, com uma barra de vida que cobre todo o ecrã! – um desafio especial, quase inexistente na prequela deste jogo, que varia a jogabilidade e faz com que cada viagem pelo Classic Mode tenha uma surpresa no fim, já que o Boss muda consoante a personagem que escolhemos.
Super Smash Bros Ultimate é uma fantástica sequela e, tendo em conta a plena quantidade de conteúdo, sem contar o que está planeado para sair (…), sinto que é impossível não merecer o título de derradeiro!
O modo multi-jogador é onde esta franquia brilha e a nova opção de criar formatos de regras é muito bem-vinda. A grande variedade de modificadores faz com que seja possível ter um formato perfeito para qualquer situação. Embora a vertente competitiva tenha as suas regras específicas, isto não impede nenhum jogador de fazer as suas e de se divertir à sua maneira – por exemplo: é possível tornar os lutadores metálicos, gigantes, ou dar-lhes poderes que os fazem mexer-se mais rapidamente – enfim, o céu é o limite para o caos que se pode criar. Também gostei do modo Squad Strike no qual podemos escolher várias personagens com as quais jogar, em vez de só uma – uma boa forma de jogar com todas as nossas personagens preferidas numa única batalha! Adicionalmente, a opção de tirar os obstáculos de um estádio é também muito apreciada pelos que gostam de jogar num espaço controlado. Para os curiosos, o modo de treino ajuda-nos a ver os detalhes de cada ataque e a praticar movimentos complicados. Existe, ainda, um glossário, escondido nos menus, que nos mostra as várias técnicas que devemos aprender, mas, não havendo maneira de o consultar enquanto jogamos, parece pouco eficiente. Não obstante, qualquer jogador que tenha vontade de ingressar no ambiente competitivo conseguirá aprendê-las naturalmente. Basta adoptar um espírito crítico e paciente ao aventurar-se no modo Quick Play (online) com as regras competitivas, se assim as desejar (3 stock – 7:00 em estádios na forma Omega ou Battlefield). Este modo traz novidades positivas, mas com alguns defeitos: A inclusão de um ranking mundial faz-nos sentir motivados a jogar cada vez melhor, mas ser impossível de jogar sem ranking parece-me um passo na direcção errada – e se eu quiser simplesmente experimentar uma personagem? A solução está no modo Battle Arena, onde podemos montar uma sala virtual, sem rankings, com as regras específicas e convidar outros para lá entrar. Ainda assim, padece de um problema chato: O facto de ser impossível haver mais do que uma luta de cada vez, ou seja, numa sala com 8 jogadores, as filas de espera tornam-se aborrecidas.
Em suma, apesar dos seus defeitos, Super Smash Bros Ultimate é uma fantástica sequela e, tendo em conta a plena quantidade de conteúdo, sem contar com o que está planeado para sair como DLC, sinto que é impossível não merecer o título de derradeiro! É verdade que podia ter um melhor tutorial e um ambiente online mais afinado, especialmente tratando-se da quinta iteração, mas quando a jogabilidade em si se mantém tão divertida e emocionante, estes defeitos perdem peso. Mesmo com os meus problemas com o modo World Of Light, senti-me bastante saciado com o Classic. Em última análise, eu preferia que houvesse maior nexo entre as batalhas dos modos de 1-jogador e a jogabilidade competitiva – ser capaz de derrotar adversários virtuais não significa nada perante um jogador humano (talvez seja capricho meu). De qualquer forma, acho que o novo título Super Smash Bros Ultimate faz um excelente trabalho em oferecer uma experiência versátil e acolhedora para qualquer jogador. As regras continuam a ser divertidas, e a fantasia de ver as nossas figuras preferidas a medir forças nunca foi tão bem realizada. Sem dúvida um título simplesmente obrigatório para a biblioteca de qualquer dono de uma Nintendo Switch.
Nº da Rua: 8/10
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Um agradecimento especial à Nintendo Portugal por esta e todas as cópias de análise que têm enviado à RuaDeBaixo.com durante os anos!
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