Swimming Pool & Les Égares
Depois de mais uma festa do cinema francês, estreiam em Portugal dois dos mais interessantes filmes do cinema francês deste ano.
Já lá vai o tempo em que o cinema francês era visto pela maioria das pessoas como um cinema elitista e de difícil compreensão. Este interesse cada vez maior nas produções francesas deve-se muito ao sucesso no nosso país de filmes como “ O Fabuloso Destino de Ámelie” e mais recentemente de “8 Mulheres”, assim como a uma maior divulgação da Festa do Cinema Francês, que este ano decorreu entre os dias 9 e 19 de Outubro no cinema S. Jorge, tendo extensões a Coimbra e Porto. Este ano a festa do cinema francês contou com 27 ante-estreias e com muita audiência, mostrando que o público português está bastante interessado em conhecer o que se faz em cinema para além das produções de Hollywood. Foram bastantes os pontos de interesse do festival, com vários filmes que fizeram parte da selecção em competição do festival de Cannes deste ano.
Dois desses filmes irão ter a sua estreia no nosso país este mês e merecem uma ida ao cinema. Embora sejam dois filmes bastante diferentes, são realizados por dois nomes incontornáveis do cinema francês e porque não dizê-lo, do cinema mundial – André Téchiné e François Ozon – e fizeram ambos parte da selecção oficial em Competição no festival de Cannes deste ano.
“Swimming Pool”, pode ser considerado como um Thriller e é o último filme de François Ozon, que entre nós ficou conhecido pela comédia que juntou uma quantidade de estrelas do cinema francês, “8 Mulheres”. O filme baseia-se numa escritora inglesa de best-sellers policiais, Sarah Morton, que se desloca até à casa de férias do seu editor na Provença com intenção de trabalhar e descansar. Mas a súbita chegada da filha francesa do seu editor Julie faz com que o trabalho e o descanso fiquem fora de questão. Este é o mote para toda a acção do filme que termina de uma forma surpreendente.
Depois de “8 mulheres”, François Ozon queria fazer algo mais simples, com menos personagens e que retratasse a evolução criativa de quem escreve fazendo assim uma auto-caracterização do seu processo criativo. Um filme a não perder e que terá estreia no nosso país no dia 7 de Novembro. Conta no elenco com Charlotte Rampling, Ludivine Sagnier e Charles Dance.
“Les Égares”, ou se preferirem, “Os Fugitivos”, é um registo bastante diferente do filme de Ozon. Rotulado de drama histórico, o filme consegue ser bastante mais do que isso. Conta a história de uma viúva (Odile) e dos seus dois filhos que fugiam de Paris em plena invasão alemã em 1940. Pertenciam a uma coluna de pessoas e viajavam no seu carro quando um bombardeamento alemão sobre essa coluna destrói o veículo e fez com que tivessem que fugir para a floresta com a ajuda de um jovem francês. Esse jovem (Yvan) irá acompanhá-los e levá-los para uma casa que estava abandonada e onde se podiam esconder e viver durante este período de incerteza. Longe da guerra, isolados do mundo, o filme relata um conjunto de emoções que apenas podem ser explicadas pelo isolamento das personagens. Amizade, Ódio e Amor são experiências pelas quais as personagens passam no decorrer do filme, como que a descobri-las pela primeira vez. Um filme muito interessante sobre a condição humana e sobre a forma como os nossos sentimentos são moldados perante cada situação. “Les Égares” é o último filme do prestigiado realizador André Téchiné e conta no seu elenco com Emmanuelle Béart, Gaspard Ulliel, Grégoire Leprince-Ringuet. Para quem não o viu na festa do cinema francês, pode vê-lo a partir do dia 21 de Novembro no cinema Nimas em Lisboa.
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