SwitchSt(d)ance
O rapaz que trocou a prancha de skate por uns pratos.
O LUX tem um novo residente, alguns ainda não sabem o seu nome e muitos quando são surpreendidos com os seus sets perguntam quem será este novo rapaz que toca esta música melódica e cerebral – “brain music”, como o próprio define.
Trata-se de SwitchSt(d)ance, o vencedor do concurso Via Heineken realizado no LUX finalizado em Março e destinado a escolher um novo residente para a discoteca de Santa Apolónia (dentro de um lote de 800!! candidatos).
Faltava na noite Lisboeta, e ao LUX, um artista português que envereda-se pela parte mais melódica e sintética da música electrónica, a resposta de um júri composto em grande maioria pelos seus próprios residentes foi SwitchSt(d)ance.
A RDB teve à conversa com Marco Antão (Switch, como é conhecido) antes e após a sua viagem à Polónia, onde realizou quatro performances em diferentes clubs e ficou a saber, entre outras coisas, que afinal SwitchSt(d)ance é um nome com origem…no skate.
Alô Switch, pergunta de rotina, quando e porque começaste a tocar?
Há cerca de 5 anos. Desde novo que me chamavam “music freak” pois coleccionava todo o tipo de música…. quando tinha tournées de skate, demonstrações, etc… era eu o seleccionado para tratar do ambiente musical na carrinha. Depois comecei a ser convidado para ser DJ nos campeonatos de skate dos iniciados e amadores… E mais tarde um amigo meu incentivou-me a ir meter música ao bar Purex no bairro alto. Neste primeiro set misturei com o Ipod de um lado e um portátil do outro com o Windows Media Player [risos]. Pouco tempo depois decidi investir em material para passar música, pedi emprestada uma mesa de mistura comprei e comprei um CDJ, mas logo a seguir outro amigo meu mostrou-me o que era o vinil e levou-me a trocar a CDJ por um prato Technics. E acho que foi uma boa troca…
E o skate onde está neste momento?
Está no porta-bagagem do carro [risos]. O skate profissional e competição estão de lado, agora skate only for fun e também para praticar algum desporto para ajudar a perder barriga [entretanto Switch abre uma cerveja].
Skate profissional ?!? Mas eras assim tão bom?…
Dava uns toques [risos].
Mas quando falava de skate profissional… referia-me só a nível nacional. Porque lá fora o nível dos amadores era equivalente ao dos profissionais em Portugal.
Mas hoje em dia acho que os níveis já se encontram mais equilibrados.
E o nível do Djing em Portugal, pões nesses mesmos moldes?
Não. Na minha opinião existem alguns Djs em Portugal que estão ao mesmo nível de muitos Djs internacionais. Mas a minha crítica fica para o público português que acho que devia ser muito mais exigente.
No passado mês de Maio tiveste a oportunidade de abrir para James Holden que sabemos que é uma das tuas principais influências, foi também a tua estreia oficial no LUX (não contanto com o Via Heineken), estavas nervoso?
Nervoso, ansioso, contente… era um mix de sentimentos bons e maus, um verdadeiro turbilhão de fellings como era de esperar, ainda mais por também ter vencido o concurso Via Heineken.
Em relação ao Holden, acho que melhor era impossível, para além ser a minha estreia no Lux foi a oportunidade de tocar ao lado de alguém que muito me inspira e influenciou no meu trabalho do DJing.
Que achaste do primeiro feedback do público nessa actuação? Para alguns foi a primeira vez que te viram.
Acho que foi positiva, apesar dos nervos consegui fazer um bom set.
Ao fim de sete actuações na discoteca de Santa Apolónia, algumas delas a noite toda a teu cargo, sentes que vão cada vez mais pessoas ao Lux só para te ver?
Não [risos]. Acho que ainda é cedo para isso acontecer. Mas acredito que pelo menos os meus amigos e os amigos dos amigos irão.
Onde andavas a tocar antes de venceres o Via Heineken?
Em casa para amigos [risos], a sério, há cerca de um ano que não tocava na cidade de Lisboa, ocasionalmente ia por som ao Algarve e pouco mais.
Fala-nos de novos projectos? Ouvimos dizer que o Switch vai até à Polónia…
Vai ser lançado o meu primeiro EP no dia 29 de Outubro chamado “Iced Like You” pela Intension Muzik onde tenho três originais meus e um remix realizado pelo Snk, à venda no Beatport. Relativamente a Polónia foi uma brincadeira que rapidamente se tornou em algo de sério, uma amiga polaca que estudava em Portugal disse que me levava lá depois de me ver a actuar na minha estreia com o Holden, pediu-me alguns detalhes sobre mim para realizar um press realease em polaco, depois pesquisou alguns clubs na net eu também ajudei nesse aspecto, tive atento às tours de alguns artistas e fui pesquisando alguns clubs por onde eles passavam na polónia. Depois disso foi só ela enviar um e-mail e esperar por respostas. Acabei por ter várias propostas mas apenas vou poder concretizar 4 datas, o que já é muito bom num país onde sou mais que desconhecido.
Como defines o teu estilo? Quais as tua maiores influências?
Boa pergunta!! Não consigo definir-me apenas num estilo. Mas há quem lhe chame brain music. Mas em relação às influências são sobretudo dos anos 80´s, e também passei pelo gótico antes de chegar a electrónica. Hoje em dia oiço bastante musica electrónica experimental, idm , wonky e kraut
Queres desvendar a origem do nome SwitchSt(d)ance?
Switch Stance são duas palavras, uma que significa, mudar ou trocar e a outra significa posição.
Switchstance também é uma manobra de skate ou melhor uma posição em cima do skate que eu praticava muito. Por outro lado tinha a vertente musical que estava a começar a ser explorada. Daí o SwitchStance… de um lado o skate do outro a música. Os meus amigos as vezes diziam que o nome Switchst(d)ance também se aplicava porque eu gostava de trocar a dança às pessoas na pista [risos].
O que poderemos esperar de SwitchSt(d)ance num futuro próximo?
Com o lançamento de meu primeiro Ep espero ter inspiração para produzir e editar cada vez mais música em nome próprio. E poder continuar a tocar como DJ e trocar a dança às pessoas.
E após as quatro actuações na Polónia a RDB entrou de novo em contacto com a nova coqueluche do LUX para saber como correu a sua nova experiência além fronteiras e para tentar abrir alguma da cortina daquilo que podemos esperar dele a abrir Fairmont já na próxima sexta, dia 5, no LUX.
Como está a correr a experiência por terras polacas?
Tirando o frio, está a correr muito bem. Visitei cidades muito bonitas e muito diferentes umas das outras. e as pessoas e os clubs que me receberam também foram 5 estrelas.
Pelo que sabemos não foi a tua primeira experiência além fronteiras, tens algum spot onde ambiciones tocar?
Foi no passado mês de Junho na cidade de Amesterdão. A próxima meta que gostava de atingir era tocar num festival de verão e ter a experiência do que será sentir a energia de um público com milhares de pessoas.
Alguns DJs afirmam que Portugal, e por vezes muitas vezes o LUX e um local muito especial para tocar, partilhas desta opinião?
Completamente… O LUX já era a minha casa de eleição há muitos anos. As condições são mais que perfeitas. E também de todos os clubs que já tive oportunidade de visitar na Europa o Lux continua a ser um dos melhores.
Tens mais algum spot em vista num futuro próximo?
Talvez voltar à Polónia quando não estiver tanto frio (risos)
… e agora de volta ao LUX, e logo para abrir para o Fairmont da Border Community, queres abrir um bocado do jogo e dizer o que poderemos esperar do teu set ou ainda não pensaste nisso?
Por acaso estou muito ansioso para voltar a Lisboa e tocar no LUX, pois vou voltar com excesso de bagagem com imensa música nova e com bastante curiosidade de ver a reacção do público. Por isso acho que vai ser uma noite muito, muito forte, juntamente com Fairmont.
Fotografia por David Tutti dos Reis e Tiago Reis
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