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Talkfest’12

A revolução dos festivais tem voz, de 7 a 10 de Maio no ISEG

Sol, praia, miúdas e miúdos giros e muitas noites de loucura são as palavras que actualmente podem dar significado ao contexto dos Festivais de Verão. Quem é que ainda não foi pelo menos um dia a um festival? Ou quem é que não fica ansioso para saber quais os nomes sonantes que vão figurar no seu festival de eleição? Sim, porque todos nós temos com certeza um festival preferido.

Mas o que é que nos move, enquanto apreciadores de música e espectadores/consumidores fervorosos de espectáculos, a deslocarmo-nos e a percorrer quilómetros para ir a um festival? E será que a Troika vai reflectir-se neste sector?

Para vos ajudar a compreender melhor o negócio dos festivais de Verão e tentar contribuir para a sua melhoria e valorização do mercado, três jovens – Joana Gonçalves, Pedro Quinteiro e Ricardo Bramão – decidiram juntar-se e criar o Talkfest. Para esta primeira edição, e numa iniciativa inédita, contam com o apoio do Instituto Superior de Economia e Gestão de Lisboa (ISEG), local onde decorrerá o evento de 7 a 10 de Maio. Ao longo destes quatro dias haverá: uma exposição de bilhetes de festivais de música portugueses, gentilmente cedidos por Carlos Vilafanha; uma sessão de showcases no dia 9 com Cavaliers of Fun e DJ Del Toro (Paulo Oliveira M.) e outra no dia 10 que conta com os nomes de Melo D e banda Boa Vibe e o DJ Nesto G. (Ernesto Garcia). Mas o grande destaque vai para os debates que ocorrem no dia 9 cuja entrada é livre, sujeito a lotação da sala, e a sessão de debate no dia 10 apenas para profissionais. A lista de oradores conta com 32 nomes, entre os quais destacamos Álvaro Covões (Director-Geral da Everything is New) e Luís Montez (Director da Música no Coração), Hélio Morais (Linda Martini, If Lucy Fell e PAUS) e DJ Ride, Fernando Alvim e Francisco Penim.

Para nos explicar melhor a forma como surgiu a ideia de criar este evento e o que podemos esperar dele, estivemos à conversa com os três mentores e organizadores. A RDB marcará a sua presença e irá contar-te tudo o que acontecer por lá.

Porque é que decidiram juntar-se e organizar este evento? Como é que surgiu esta ideia?

A ideia surgiu de um desafio lançado pelo Ricardo, em Outubro, e encontrou sustentação em projectos e conversas anteriores que tínhamos vindo a ter. Aquilo de que nos apercebemos foi que, apesar de os festivais estarem a ganhar proporções inacreditáveis, pouco ou nada tem sido feito para promover o debate e a reflexão sobre este tipo de eventos. Porque sabemos por experiência que as grandes ideias nascem de conversas informais, foi daqui que surgiu a ideia de criar o Talkfest’12.

É engraçado verificar que “esta equipa” se mantém unida desde o 4º ano da faculdade, quando se tornou claro que, cada um com o seu estilo, conseguia criar um valor acrescentado, em conjunto com os outros. Não foi o primeiro projecto em conjunto, e não será o último, uma vez que pensamos que devemos ajudar a fazer algo pelo nosso País e pelo seu desenvolvimento. Este projecto conjuga um hobbie comum aos três com uma base de profissionalismo, algo que nos atrai e desafia todos os dias.

Para a realização do evento conseguiram reunir um vasto número de oradores. Foi fácil para vocês conseguir o “sim” de todos os convidados?

Bem, uma forma de respondermos a esta questão seria parafraseando parte do refrão de uma música de uma banda de rock bem conhecida, “it’s a long way to the top, if you want to rock’n roll!”

Digamos que foi desafiante e que foi talvez a tarefa que mais desgaste causou à equipa. E naturalmente que existem sempre pessoas mais fáceis de contactar do que outras e isso torna todo o processo muito mais complexo e desafiante. Mas no fim, tudo tem corrido bem. As pessoas têm sido muito receptivas e demonstram grande entusiasmo com o projecto e todo o conceito. E, à medida que o evento foi crescendo, assim também o word of mouth se desenvolveu, de tal forma que passados poucos meses o processo de contacto inicial inverteu-se e agora há pessoas que vêm ter connosco para saber como fazer parte do projecto!

Este resultado em muito se deve aos parceiros iniciais (ISEG, BeNext e CleBuRu), que ajudaram a que o projecto ganhasse a sua credibilidade e impacto desde o primeiro contacto com quem não nos conhecia. Ter um local sólido, uma boa imagem, comunicação e site foram fundamentais para todos acreditarem no projecto.

Ainda fiz uma breve pesquisa para perceber se se trata de uma iniciativa inédita em Portugal e parece-me que sim… Acham que Portugal tem ainda muito que aprender em relação à Europa em termos de qualidade de estrutura organizacional de festivais ou temos vindo a destacar-nos cada vez mais pela positiva?

Portugal tem tudo para ser o melhor nesta área (e em muitas outras), e naturalmente que teremos sempre algo a aprender com festivais estrangeiros. Mas, temos a certeza, que os festivais estrangeiros também têm muito a aprender connosco. Por exemplo, aquilo que temos escutado de festivaleiros em países como os Estados Unidos, Reino Unido ou Espanha, é que os festivais Portugueses são dos que oferecem melhores condições para o campismo (e.g. espaços, higiene, restauração). E os cartazes não são assim tão diferentes como se julga. Talvez o principal factor diferenciador esteja no capital disponível e nas práticas de gestão das equipas envolvidas neste tipo de eventos. E aqui, acreditamos que muito pode ainda ser feito.

Porque não aproveitarmos este clima para potenciarmos um novo tipo de turismo neste país?

A nível de discussão de festivais já se realizaram palestras pontuais, mas este é de facto o primeiro evento sustentado sobre esta temática. Inicialmente tínhamos programado apenas um dia com discussão de temáticas. E hoje contamos com quatro dias com diversas actividades paralelas (e.g. exposições; showcases; festa de encerramento) que foram fazendo sentido à medida que o conceito foi evoluindo. De notar que esta edição realiza-se devido ao investimento dos três parceiros iniciais e que tudo o resto foi feito de forma a que patrocinadores, oradores, moderadores e artistas reconhecessem como uma mais-valia a sua associação ao evento. Não foi fácil edificar um evento sem qualquer receita – nem de bilhetes, nem de apoios monetários directos e pensamos que o Talkfest’12 deveria servir de exemplo para a realização de mais projectos no nosso país.

Queremos que as pessoas sintam o Talkfest como uma experiência e por isso pretendemos já replicar esta ideia no início de 2013, com novas metas, aumentando a fasquia para todos os intervenientes. Só assim consideramos que tudo isto faz sentido.

O sector festivaleiro, como vocês designam, é fortemente um sector em expansão? Na vossa perspectiva qual a razão de isso acontecer?

Sim, os festivais estão sem dúvida em expansão! De tal maneira, aparentemente, se alguém fizer uma contagem deverão acontecer, entre Maio e Setembro, uma média de 3 festivais de música por fim-de-semana em Portugal. Existem aqui várias possíveis explicações: uma primeira razão é que os festivais podem estar a beneficiar da actual crise económica.

Comparativamente a outras formas de férias e entretenimento, os festivais de música oferecem um conjunto de “experiências” a preços bastante competitivos e é dinheiro que as pessoas sabem valer a pena investir! Outra possível explicação está no facto de que está na moda ir a festivais de música. As pessoas vão aos festivais porque é “porreiro” e porque querem ver e ser vistas. Por último, as fortes campanhas publicitárias e promoção de marcas feitas à volta dos festivais, e o modo como cada festival é associado a estilos de vida e formas de pensar têm naturalmente um grande impacto!

Para além de reunirem os promotores, músicos, jornalistas, etc, não acham que também é fundamental ouvir os ‘festivaleiros’?

Sem dúvida, e nós nunca esquecemos isso. Aliás, foi por essa razão que decidimos que o primeiro dia da conferência seria aberto ao público em geral, no qual se incluem os festivaleiros! No entanto, também julgamos ser fundamental dar aos profissionais do sector a oportunidade de reflectirem em conjunto sobre o futuro dos festivais e aquilo que precisa ou tem de ser feito. E de notar que, mesmo no dia 10 de maio, o evento não será exclusivo para os profissionais: graças à parceria que desenvolvemos com a AEISEG, existem lugares reservados para estudantes. Neste momento já estamos a trabalhar para aumentar a abrangência do público presente no Talkfest e conseguir tirar o máximo proveito da sua participação.

Voltando ao evento, este terá início com uma exposição de bilhetes dos festivais de música e haverá também showcases. Podem adiantar alguns nomes?

O evento terá uma exposição de bilhetes, uma exposição fotográfica (que revelaremos em breve), passagem de vídeos, festa de encerramento e showcases. Estes últimos são a parte do evento em que nos estamos a debruçar actualmente e são o que consideramos a “cereja no topo do bolo” mas envolve imensos pormenores. Podemos referir nesta altura que cada final de tarde (dias 9 e 10 de maio) terá uma banda e um DJ a tocar no Pátio do ISEG, um espaço ideal para todos conseguirem vivenciar o Talkfest! De qualquer forma, o nosso site oficial e página do Facebook são actualizados à medida que vão surgindo novidades.

Respostas de Joana Gonçalves || Pedro Quinteiro || Ricardo Bramão



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