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Taxi Driver | 40 Anos

Um dos exemplos máximos da cultura pop, no Cinema, completa 40 anos de existência

Quando pensamos em Robert de Niro ou em Martin Scorsese não nos lembramos dos seus 73 anos. Vencedores da Academia, são tidos como génios do Cinema, imortais e muito activos. De Niro materializou uma parte da criatividade de Scorsese, em filmes como Raging Bull, Mean Streets, Goodfellas e Taxi Driver. Este último completa 40 anos desde o seu lançamento e, provando que se trata de material de culto, surge uma nova versão digital restaurada e remasterizada. Em Portugal poderemos ver, ou rever, esta história no Espaço Nimas, a partir de dia 22 de Setembro.

Na grande tela será exibida a vida de Travis, um jovem ex-militar que passa as noites em claro, conduzindo um táxi pela vida nocturna, pérfida e suja de Nova Iorque. Conhece Iris (Jodie Foster), uma prostituta de 12 anos e a sua revolta perante a situação social à época aumenta. Este anti-herói quer mudar um universo onde ele mesmo está embrenhado, não só devido à profissão mas também ao seu carácter transtornado, violento e promíscuo.

O retrato do filme é real: em 1976 as ruas de Manhattan eram controladas pela droga e prostituição e até mesmo a personagem feminina principal, na altura, foi baseada numa jovem que Paul Schrader, argumentista, conheceu na noite cosmopolita. À época, Taxi Driver rompeu com as boas maneiras do Cinema, despindo uma das cidades mais filmadas de sempre, de modo cru e violento. O realismo era sem dúvida um dos objectivos da equipa, que trabalhou muito a baixo das suas remunerações normais, incluiu uma prostituta no casting e colocou o próprio realizador a substituir um actor que se tinha magoado. Com uma temática tão violenta as preocupações com Foster, na altura com 13 anos, fizeram com que a sua irmã desempenhasse o papel de dupla em cenas mais chocantes. A actriz foi acompanhada por psicólogos que avaliaram se seria capaz de viver na pele de Iris. Em termos de fotografia foi necessário alterar cenas em que a cor do sangue era muito forte, para que o filme passasse a censura norte americana.

Curiosidades à parte, o que o filme deixa é uma empatia com Travis, devido a todo o seu insucesso social e pessoal. Se por um lado condenamos as suas escolhas, por outro compreendemos as suas motivações. Este rapaz, dentro da sua depressão, alienação ao mundo real e fome por atenção é apenas um sonhador. Não somos todos?



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