The Big Pink
Uma breve mas não menos interessante conversa com a Rua de Baixo.
“The Big Pink” é o nome do álbum de estreia dos The Band, uma banda de rock originária do Canadá, que surgiu nos anos 60 e cessou actividades em 1999. Serviu também de inspiração a Robbie Furze e Milos Cordell para dar nome ao seu projecto, se bem que se passeiem por paisagens sonoras bem distintas das percorridas pelos canadianos. O duo londrino é reconhecido pelo seu electro-rock pautado, como não poderia deixar de ser, por um certo ambiente noise e por insistentes mas não menos precisos e bem colocados loops de bateria.
A estreia da banda no nosso pais ocorreu na última edição do festival Alive!, onde subiram ao palco no último dia do evento, fornecendo o pretexto ideal para uma breve mas não menos interessante conversa com a Rua de Baixo.
“A Brief History of Love”. Assim se intitula o álbum que levou os The Big Pink para a estrada e, consequentemente, os trouxe até Portugal. Lançado em Setembro de 2009, aborda a temática do amor. Quando colocada a questão do porquê, Milos Cordell não hesita: “Pareceu-nos uma boa ideia na altura. Deixámos as ideias fluirem, as canções tomarem a sua forma e no final tínhamos um disco com uma estranha mistura de assuntos relacionados com o amor nem todos positivos”.
Como facilmente se compreende, os The Big Pink têm andado na estrada com uma regularidade assinalável e têm tido oportunidade de partilhar o palco com variadíssimas bandas, sendo os TV on the Radio uma delas, o que, segundo Robbie Furze, “foi uma experiência única e que correu muito bem”. A banda inglesa marcou também presença na edição deste ano do festival Coachella, no sul da Califórnia, e o comentário que fizeram foi, no mínimo, curioso: “it’s a fuck fest” – atirou de imediato Robbie Furze. De seguida Milos Cordell decide clarificar um pouco mais: “As raparigas são espectaculares mas acaba por ser uma grande ‘fashion party’. Não nos interpretem mal. Nós adorámos o festival e queremos voltar. Rodeámo-nos de óptimas pessoas e isso foi óptimo mas não podíamos deixar de notar que à volta havia sempre alguém com segundas intenções, a querer chamar a atenção para um filme, um blog, uma banda”.
Os The Big Pink consideram-se acima de tudo produtores, daí que a pergunta relativamente à preferência entre estúdio ou palco fosse incontornável e Robbie Furze não podia ter sido mais claro na resposta: “Ambos são óptimos, só tem de existir um equilíbrio. Nesta altura em que temos feito muitas digressões, o estúdio começa a tornar-se apetecíve”l. Os remixes são também uma parte importante dos The Big Pink, quer aqueles que os próprios fazem, quer os que outros fazem das suas músicas. Neste ponto em particular foi evidente a vontade de Robbie Furze e Milos Cordell em destacar os remixes que os Gang Gang Dance e os espanhóis Delorean fizeram de «Velvet» e «Too Young to Love», respectivamente. Milo Cordell acrescentou ainda que “de certa forma estamos a ser elogiados de cada vez que fazem um remix de um tema nosso”.
A banda tem actualmente contrato com a 4AD, que conta no seu catálogo com nomes como os Gang Gang Dance, St. Vincent, Scott Walker e os The National, entre muitos outros. Da ligação entre ambas as partes realçam a liberdade que têm: “Encontramo-nos de mês a mês, levam-nos a jantar e embebedamo-nos. Temos um excelente controlo sobre tudo aquilo que fazemos.”
Quanto ao concerto que iriam dar de seguida esperavam que corresse bem e Milos Cordell acrescentou ainda que “preferimos palcos mais pequenos”. Robbie Furze completou a afirmação dizendo que é “raro ver grandes concertos num palco principal de um festival. Os Pearl Jam conseguiram ser uma das excepções à regra”. Não sei se tiveram oportunidade de presenciar o concerto que Eddie Vedder e seus pares deram nesse mesmo dia, mas se o conseguiram fazer, voltaram a presenciar uma excepção à regra.
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