(The First Ever) World Failurist Congress: contra a aversão ao risco, marchar, marchar!
No dia 2 de Março a Casa das Histórias de Paula Rego, em Cascais, acolheu o World Failurist Congress (WFC). Um sucesso, perdão, falhanço
“Se vamos falhar, que comecemos desde o início” – foi este o mote do Congresso do Falhanço, espaço onde pessoas de sucesso tiveram oportunidade de partilhar os seus… falhanços.
Sónia Fernandes é a (ir)responsável pelo Congresso. A punho, colocou de pé uma ideia que lhe surgiu após travar conhecimento com a página The Failurists. Daí à concepção do congresso foi um pequeno (grande) passo. E no dia 2 de Março a ideia ganhou forma.
Alberta Marques Fernandes foi a madrinha e a apresentadora do evento que contou com a participação de Carlos Carreiras, presidente da Câmara Municipal de Cascais, na primeira intervenção do dia. “O falhanço é saudável e recomenda-se”, confessou Carlos que classificou o falhanço como algo que se encontra entre a gargalhada e a experiência. Acrescentou ainda que “para quem quer viver verdadeiramente a vida o falhanço é delicioso”. Carlos Carreiras partilhou, ainda, a forma como os patos bravos foram determinantes na sua vida política.
“Falhar o suficiente para ter muito sucesso” – eis o “conselho” de Celso Martinho que, um dia, viu um projecto falhar à conta de um interruptor que alguém se esqueceu de ligar. “Os portugueses são fantásticos, conseguem estigmatizar o falhanço e, ao mesmo tempo, penalizar o sucesso”. Já diz o povo: é preso por ter cão e preso por não ter. Celso foi um dos co-fundadores do SAPO e tudo terá começado com um falhanço que o levou aos tribunais.
“O erro está associado à dor” – mas não se preocupem, a Susana Rodrigues faz questão de ter sempre Hirudoid por perto. A directora da Escola de Artes e Design das Caldas da Rainha aconselha: “Há que não perder a oportunidade de aprender com os erros, sobretudo com os dos outros.” Seguiu-se Ricardo Diniz, um navegador solitário que fala na terceira pessoa do plural. Contou-nos tudo sobre o seu momento “a vida de pi” onde não houve lugar a tigres mas sim a enfermeiras norueguesas. Descalço, no palco do WFC, Ricardo falou da forma como superou os seus falhanços pessoais e dificuldades
O conhecido Fernando Alvim partilhou connosco uma reflexão sobre alguns falhanços históricos da televisão portuguesa, bem como da sua própria experiência enquanto organizador do Festivel Termómetro. Pedro Domingos falou-nos sobre alguns mitos sobre o crowdfunding e Pedro Janela confessou-nos alguns dos seus maiores erros ao nível profissional, sem os quais não teria chegado onde está hoje. A Jonas (aka Maria João Nogueira) admitiu o seu ódio pelo falhanço e pela palavra migração.
O WFC fechou com chave, perdão, torneira, de ouro, pela voz de Pedro Aniceto. Centrou a sua partilha na sua (in)capacidade para a avaliação e brindou-nos com um conselho: “Não julgues rapidamente e, se o fizeres, fá-lo baixinho”.
“Para alcançar e saborear o sucesso, Portugal precisa urgentemente de uma cultura de falhanço”, disse-nos Celso Martinho. Parece-nos que o WFC pode ser um bom primeiro passo. Venham outros, sem receio de tropeçar. Se cairmos de joelhos ao chão… we’ll always have hirudoid.
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