The Legendary Tiger Man
"Masquerade" em Coimbra.
O Homem Tigre é Paulo Furtado, ou a sua outra face. É um ex-Tédio Boy e o líder dos Wray Gunn. O projecto a solo The Legendary Tiger Man surgiu depois. Protagonista da já lendária one man band e, no seguimento da sua tournée de divulgação do álbum “Masquerade”, Paulo Furtado regressou à sua terra natal, para mais um concerto ao vivo. O espectáculo teve lugar na passada quinta-feira, 25 de Maio, no Teatro Académico Gil Vicente, em Coimbra.
O espaço destinado à audiência depressa se preencheu e o ambiente nele vivido era quase familiar. Afinal, Paulo Furtado tocava em casa. Guitarrista, baterista, kazoo e voz – a harmónica, desta vez, não esteve presente –, lançou-se então na apresentação do seu mais recente registo musical, que reúne onze temas, nove originais e duas versões, numa demonstração de extraordinária excelência musical e coordenação apreciável.
Algumas canções foram matizadas por curtas-metragens de cineastas portugueses como Edgar Pêra, Paulo Abreu ou André Cepeda, fazendo alusão às letras e reconstruindo um pouco do mundo fantasioso de Paulo Furtado. Serviram pois de background à actuação do mesmo, que, energicamente, ia interpretando as diversas músicas, num estilo peculiar onde rock e blues se fundem.
De «Masquerade» a «Someone burned down this town», passando por «Love train», «Route 66» e «Honey, you’re too much», entre outras, o ritmo ia aumentando progressivamente, numa aceleração contagiante, reiterando a ideia de Paulo Furtado como uma verdadeira “rhythm’n’blues machine”. Manter-se sentado não deve ter sido, para o público, tarefa fácil.
Mantendo alguns traços do blues de outrora, o bluesman português procurou também imprimir neste álbum uma marca de diferença, acrescentando para tal à sua música elementos contemporâneos ou até futuristas. Para isso, contou com a colaboração do “scratching” de Nel’Assassin dos Micro e de João Doce dos Wray Gunn, em «Say hey hey», e ainda dos Dead Combo, em «Let me give it to you».
Com produção de Mário Barreiros, “Masquerade” sucede a “Naked Blues” (2002), “Fuck Christmas, I Got the Blues” (2003) e “In Cold Blood” (2004). Trata-se, pois, de um registo de maior maturidade, que, por sua vez, resulta de um considerável percurso na linha dos blues e de mais de duas centenas de espectáculos realizados em Portugal, Espanha, França, Bélgica, Inglaterra, Brasil e Japão.
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