The Poppers

Finalmente, o álbum de estreia! Os The Poppers em discurso directo na RDB.

Colocamos “Boys Keep Swinging”, o álbum de estreia dos The Poppers, na aparelhagem e premimos a tecla do play. Depois de uns momentos de silêncio, ouvem-se os primeiros acordes de «Charlie Is A Sinner», o tema de abertura do disco. Em poucos segundos, ao ritmo que começamos a bater o pé, a música constrói uma imagem mental na nossa cabeça: aqueles telediscos dos anos 60 vindos do Reino Unido, quando a televisão ainda era apenas a preto-e-branco e a banda perfilava-se lado-a-lado, toda bem vestida, balançando a cabeça ao mesmo tempo, de um lado para o outro.

E não é por acaso: os The Poppers propõem-se revisitar o universo do britrock e toda a cena mod dos anos 60. Em «Boys Keep Swinging» confluem uma série de influências de bandas como os Dave Clark Five, os Kinks e até o lado mais agressivo dessa cena essencialmente pop, os Stones e os Who. Também a capa do próprio disco é uma referência aos Beatles, tal como as fardas compradas no ebay que a banda enverga nas actuações ao vivo.

Os The Poppers foram os grandes vencedores do conceituado Festival de Música Moderna de Corroios o ano passado e, desde logo, ficaram no imaginário de quem os ouviu, graças a um rock’n’roll marcado pelos anos 60, com um forte pendor pop. O disco de estreia chegou então um ano depois, produzido por Paulo Miranda, que já trabalhou com gente como The Legendary Tigerman ou Old Jerusalem.

Foi com este pretexto que fomos ao encontro deste quarteto lisboeta, conversar sobre a banda, o disco de estreia e, claro está, o futuro.

RDB: Os The Poppers surgiram em 2000, mas foi em 2005 que tiveram, provavelmente, a maior exposição pública, ao vencerem o Festival de Música Moderna de Corroios. Que significou essa vitória?

Foi, por assim dizer, um ponto de viragem; essa vitória e o prémio intrínseco funcionaram como um grande empurrão à carreira dos The Poppers. Ficaremos eternamente agradecidos à familia que ganhámos em Corroios.

No entanto, em 2001, um tema vosso [«Your Letter»], retirado da maqueta de apresentação, já tinha dado que falar, nomeadamente junto da editora britânica Matchbox Recordings. Como aconteceu isso?

Como leitores assíduos dessa revista, reparámos num anúncio duma editora britânica que pedia maquetas para um possível lançamento de algumas numa compilação. Enviámos e alguns dias depois recebemos a notícia que o nosso tema «Your Letter» havia sido escolhido.

Quais foram os benefícios desse episódio para os The Poppers?

O objectivo da compilação era dar a conhecer novas bandas a agentes, editoras, rádios etc… Foi assim que conseguimos pôr o primeiro EP dos The Poppers a ser distribuído pelos EUA e a passar nalgumas rádios espanholas e francesas.

Acabam de lançar o vosos álbum de estreia, “Boys Keep Swinging”, sob o selo da Rastilho. Como foi poder contar com a presença de Paulo Miranda na cadeira de produtor?

Foi óptimo, já éramos fãs do seu trabalho e ainda mais ficámos, depois de termos trabalhado juntos. É um excelente profissional e ser humano. O laço de amizade que criámos, em Viana do Castelo, vai seguramente ter novos episódios. Ficámos muito orgulhosos por ele ter aceite trabalhar connosco e é para nós um grande motivo de satisfação que o “Boys Keep Swinging” tenha o seu cunho.

As semelhanças da capa do disco é uma referência directa aos Beatles ou apenas uma coincidência?

Não é coincidência, talvez discordemos apenas de referenciar só os Beatles. É antes uma referência a todas as bandas dessa época, que nos influenciam na música e na maneira de viver. Inspirámo-nos em capas de discos lançados nos 60´s e tivémos o excelente trabalho do designer João Diogo.

Quais são as vossas maiores influências?

Sinceramente são imensas, começando pelo rock´n’roll dos anos 60 (Beatles, Stones, The Who, Kinks, Mc5 etc…); mas também nos sentimos motivados e influenciados depois de ouvir um bom disco de blues ou country.

O rock em Portugal atravessa uma inesperada vitalidade nos últimos tempos. Quais são as razões para tamanha actividade musical e como é que os Poppers se encaixam neste cenário?

Pensamos que é cíclico. Neste momento é o hype do rock´n’roll, mas também já é notória a existência de bandas a tentar reinventar a electrónica dos anos 80. Os The Poppers, no meio de toda esta história, vão continuar a tocar e a ouvir rock’n’roll até serem velhotes…

Ultimamente, também temos assistido a uma significativa exportação internacional de projectos portugueses, com relativo sucesso, como é o caso dos Gift ou dos Wraygunn. O estrangeiro pode ser uma possibilidade para os The Poppers?

Sim, claro. Não fazemos disso um objectivo essencial, mas vamos tentar virar-nos também para esse lado, porque não? A quantas mais pessoas chegar o nosso som melhor. Por isso sim, é uma possibilidade.

Para terminar, a pergunta obrigatória: quais os vossos projectos para o futuro? Por onde vão andar os The Poppers nos próximos tempos?

Os The Poppers nos próximos tempos vão estar a tocar ao vivo, que é o que gostamos de fazer, um pouco do Norte ao Sul de Portugal. Estamos com concertos agendados até Setembro, no Porto, Coimbra, Lisboa, Loulé, Albufeira, Évora, etc… Talvez pensemos em gravar algo novo para o fim do ano, mas ainda é cedo para dar novidades, por isso não se esqueçam de passar num dos nossos concertos, é festa garantida! Abraços Popperianos a todos.



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