The Witcher 3 | Análise
Uma experiência incontornável para quem é fã do género de acção e RPG. Forte candidato a jogo do ano.
Desenvolvido pelo estúdio polaco, CD Projeckt RED, chegou em Maio deste ano The Witcher 3, a terceira entrada que irá concluir esta tão aclamada série de acção com elementos RPG, inspirada nas obras literárias homónimas escritas por Andrzej Sapkowski. A história de Geralt chega assim ao fim neste título mas os produtores não se pouparam a esforços para agradar aos fãs e fazer desta a derradeira experiência que a série Witcher tem para oferecer. Como se não bastassem as várias horas de jogo que teremos pela frente, além de este ser o primeiro título da série a poder ser jogado nas consolas PS4 e Xbox One, a CDK prometeu ainda 16 pacotes de DLC completamente gratuitos e que, de uma forma ou de outra, iriam complementar a nossa aventura.
Por esta altura já foram todos lançados e tratam-se de elementos de cariz estético, ou seja, que alteram o aspecto de algumas das personagens (incluindo o protagonista) com as quais nos iremos cruzar, armas, armaduras e até mesmo quests. No entanto, o último DLC foi mais longe e com ele chegou o modo New Game + que permite, depois de terminada, recomeçar a aventura de The Witcher 3, noutro nível de dificuldade, só que com toda a progressão que até então conseguimos para Geralt. Tudo isto, não como uma manobra de Marketing (mas acabando por funcionar como tal, na mesma), mas sobretudo para respeitar os jogadores que decidiram adquirir este jogo, depositando assim confiança em quem o produziu.
Com o lançamento destes pacotes gratuitos, a CDK decidiu marcar uma posição, ou melhor ainda, dar início a um movimento que idealmente seria seguido pelos demais estúdios produtores de videojogos. Se estiverem interessados, leiam a carta redigida pelo co-fundador e co-director da CD Projeckt RED. É nela que Marcin Iwiński manifesta a sua indignação em relação à forma, demasiado vincada, como podem ser adquiridos os pacotes de conteúdo adicional para os vários jogos que adquirimos.“This is our way of saying thank you for buying our game.” É desta forma que Marcin conclui a sua carta.
Falemos então da experiência que The Witcher 3 tem para oferecer!
Num plano geral, The Witcher 3 é um simplesmente arrebatador. Apesar de receber muito bem quem não jogou os títulos anteriores com a opção de poderem simular um Save de The Witcher 2 aliado a um codex onde podem ler tudo sobre as várias personagens do jogo, quem o fez irá naturalmente olhar para este título com outros olhos, especialmente quando se depararem com velhos amigos. A história do jogo, pega logo no final dos eventos de Witcher 2. Quer isto dizer que Geralt recuperou a sua memória e parte em busca de Yennefer e também da Wild Hunt com quem tem sérias contas a ajustar! Os “comos”, os “quandos” e os “porquês” não vos vou dizer, claro, pois não quero estragar-vos nada do que esta história tem para vos oferecer.
Posso adiantar, no entanto, que nos vai levar a momentos bem envolventes, muitos deles de cortar a respiração e outros até onde teremos de tomar decisões que não poderão ser tomadas de ânimo leve. As consequências podem não ser imediatas mas acreditem que se irão fazer sentir. Se para o bem ou para o mal, tudo dependerá do vosso julgamento.
Temeria (onde decorre a acção do jogo) é enorme e percorrer a cavalo os cenários que oferece é, no mínimo, impressionante. Imaginem-se num Red Dead Redemption “fantástico-medieval” e ficam logo com uma ideia da coisa. Faça sol ou faça chuva, de dia ou de noite, todos os cenários são incrivelmente vibrantes e detalhados, desde a mais densa floresta, ao mais fétido pântano, até às mais altas montanhas. Joguei no PC e na PS4 e apesar do grafismo ser claramente superior no computador, não me senti nada defraudado quando joguei na consola da Sony. Aliás arrisco a dizer que The Witcher 3 é talvez o melhor port e o jogo mais impressionante em termos de grafismo que já agraciou a Playstation 4. Nos pequenos povoados que vamos encontrando reina a desolação de quem lá vive, consequência das constantes guerras e crises políticas. No entanto há também quem seja assolado por outros flagelos como bandidos. Uma velhota chegou até a perder uma frigideira! Tempos complicados, pessoal!
Mas sobretudo existem aqueles que são assolados por monstros e isso, sim, é trabalho para um Witcher! Desde grifos a lobisomens, Drowners e por aí fora, o que não vai faltar a Geralt é trabalho com tanto que terá para fazer. O combate surge mais refinado neste título apesar de me parecer mais fluído no PC. Na PS4, noto que o combate assume uma passada mais lenta mas nada que deturpe a experiência do jogo. Para nos desviarmos dos ataques dos nossos inimigos, além de podermos simplesmente parar e defender, podemos também rebolar para contornar o nosso adversário. Caso seja necessário, podemos saltar para mais longe o que nos permite um reposicionamento, evitando assim que sejamos apanhados desprevenidos. Já para o ataque, podemos executar uma série de ataques ligeiros mas rápidos ou mais fortes mas mais lentos na sua execução. Aviso, no entanto, que apesar de utilizarmos espadas, a série Witcher não é de todo um Hack-n’-Slash. Aliás depressa vão aprender que um movimento em falso pode, muito bem, custar-vos caro.
Em combate temos também ao nosso dispor os Signs que nos conferem habilidades com as quais podemos controlar ou derrubar um ou mais oponentes. Temos, por exemplo o Igni que nos permite lançar uma onda de fogo, Quen que nos envolve como um escudo, Axii que limita os movimentos dos nossos inimigos e por aí fora.
A alquimia faz também o seu regresso neste título. Apanhando várias das flores espalhadas pelos cenários, podemos criar bombas e os mais diversos óleos ou poções, cada uma com os seus benefícios. Alguns contratos, tal como já acontecia nos títulos anteriores, requerem alguma preparação prévia. Por isso não tenham pressa, parem um pouco para recolher os ingredientes necessários para as vossas poções. Algumas criaturas são vulneráveis também a alguns óleos e Signs por isso, não hesitem em consultar o Bestiary (Bestiário) para se informarem o mais possível sobre o que vão enfrentar.
Claro que tratando-se de um jogo de acção com elementos RPG, não podia faltar a progressão do protagonista. Sempre que evoluirmos, poderemos distribuir pontos pelas três árvores que correspondem às habilidades de Geralt. Numa podemos evoluir o combate com as espadas, noutra o poder e eficácia dos nossos Signs e finalmente temos a alquimia onde melhoramos o efeito das nossas poções e óleos. Confesso que esta última não me cativou muito e acabei por me focar essencialmente nas duas primeiras.
Desde jogos viciantes de Gwent (um jogo de cartas) e a busca pelas várias cartas para criarmos os nossos baralhos, a torneios de luta onde é decidido quem é afinal o mais forte da região e assistir ao pôr-do-sol no topo de uma montanha (façam-no, é qualquer coisa!), há tanto para ver e fazer. Em termos de conteúdo, este é o título mais ambicioso da série. 30 vezes maior do que os anteriores e escusado será dizer que ultrapassei as 100 horas de jogo e não, não fiz tudo o que havia para fazer. Se mesmo assim, acharem que o conteúdo é escasso, saibam que a CDK tem também preparado o lançamento de três expansões que irão complementar ainda mais a vossa experiência. A primeira Hearts of Stone chega já no dia 13 de Outubro e irá oferecer mais 30 horas de jogo repletas de novos conteúdos como Runewords (alternativas aos Signs), armas e armaduras e o regresso de mais personagens conhecidas pelos fãs. Atenção que isto não se trata de pacotes DLC, mas sim, e repito, de expansões, pelo que não serão gratuitas. Esta primeira, terá o custo de apenas 10 euros pelo que oferece. Como alternativa podem também adquirir o Passe de Época.
The Witcher 3, é uma experiência incontornável para quem é fã do género de acção e RPG. Com a derradeira aventura de Geralt of Rivia a CDK, acaba de trazer aos jogadores uma experiência intemporal. Repleto de cenários vibrantes e horas e mais horas de conteúdo que vão passar sem darmos conta, The Witcher 3 toma de assalto o género e mostra-se um forte candidato (senão o mais forte) a jogo do ano.
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