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Fashion Bloggers.

Ligar a internet, abrir o navegador, escolher um domínio, preencher os campos, submeter. Um novo blog foi criado. Escolher nome, seleccionar artigos… Passos simples que qualquer um pode percorrer para fazer da internet espaço de vómito mental, desculpem, diário. Mas o que diferencia algumas pessoas de todas as outras é a capacidade de sair da cadeira da secretária e conseguir lugar nas primeiras filas dos desfiles dos grandes costureiros. E se conseguem isso antes de atingir a maioridade, então, é caso para reflectir.

Como em tudo, as coisas começam pequenas. Um ou outro. Dois ou três. O primeiro é neste momento difícil de identificar, mas os blogs de moda são hoje mais que muitos, para todos os gostos e maus gostos, de todas as nacionalidades. Mas sobretudo, agrupam um número cada vez maior de leitores que encontram na internet a rápida informação que as revistas não dão, as opiniões genuínas de quem como eles tem uma palavra a dizer, uma opinião a dar e uma tendência a mostrar.

Ora se isto não era um problema há uns aninhos atrás, hoje é, e dos grandes. A partir do momento em que os bloggers de moda começaram a ter mais leitores que as próprias revistas, os editores e directores das mesmas têm apenas duas soluções: tentar derrotá-los ou juntarem-se a eles. E aqui está o ponto de discórdia. Porque a influência dos bloggers é grande e se muitos optaram por se aliarem aos novos A listers da moda (como a Dazed and Confused que se aliou à blogger Sussie Bubbles) outros recusam-se e compram briga.

Para quem não tem noção da grandiosidade da coisa, e por muito alheio que possa estar da questão, o nome Tavi Gevinson soará no mínimo a familiar. A miúda tem apenas 13 anos mas é considerada por muitos como génio da moda. Desde a criação do seu blog The New Girl In Town que Tavi está imparável. Hoje é já “melhor amiga” de alguns dos mais conhecidos designers, frequenta todos os desfiles de moda e tem até espaço reservado na Vanity Fair, para quem escreve.

Ao lado da Tavi na primeira fila dos desfiles das grandes marcas podemos encontrar também Bryan Boy. O blogger filipino tem até uma mala com o seu nome desenhado por, nem mais nem menos, Marc Jacobs. E como estes, uma outra mão cheia deles, todos sentados lado a lado, de computador no colo, levando aos seus leitores as novidades em directo enquanto estas lhes passam em frente aos olhos na passerelle.

O tema está, claramente, em cima na mesa e o espaço é escasso para escrever sobre tudo, para fazer uma análise detalhada, reflectir. Mas uma coisa sabemos: que a força dos blogs é hoje inegável, estando estes também, obviamente, bastante susceptíveis a fortes investidas tanto da imprensa como das marcas.

Porque o problema disto tudo começa aqui, quando os blogs perdem identidade e começam a vender ideias e produtos. Os blogs são espaços de ideias, de fácil acesso e, consequentemente, são também espaço de interesse para marcas que estão agora a começar e que vêem neles um óptimo meio de divulgação. Nas palavras de Yvan Rodic (facehunter.blogspot) em entrevista ao Trendland, “ser blogger é óptimo. Não há campanha hoje em dia que não envolva a web e os bloggers, por isso e as pessoas querem colaborar connosco”.

Dá quase vontade de criar um bloguezinho e investir. Mas tenham em atenção que ser um blogger A-lister requer ser muitas coisas ao mesmo tempo: escritor, fotógrafo, editor, gestor de marketing, empresário… e, nas palavras de Suzie Menkes, editora de moda do Herald Tribune, no meio da imensidão da Web, apenas alguns sobreviverão.



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