Tokyo Mirage Sessions #FE | Análise
Uma aventura peculiar aliada a um sistema de combate robusto e dinâmico que fará as delícias dos fãs do género!
Da malta criativa da Atlus surge Tokyo Mirage Sessions #FE. Com data de lançamento prevista para o dia 24 de Junho, amanhã, neste RPG os jogadores vão ficar a conhecer a história de um grupo de jovens talentos da cidade de Tóquio que desconhece ainda o enorme poder que possui. Numa experiência que combina dois dos mais aclamados universos do género RPG – Shin Megami Tensei e Fire Emblem – a promessa é a de que os jogadores terão em mãos uma aventura emocionante, aliada a uma jogabilidade, no mínimo, irrepreensível. À partida Tokyo Mirage Sessions #FE tem tudo para ganhar mas será que assim é? Vamos então dar início à nossa análise: Luzes… Câmara… Acção!!!
A história de Tokyo Mirage Sessions #FE tem lugar na actual cidade de Tóquio. O protagonista, Itsuki Aoi, encontra a sua melhor amiga, Tsubasa Oribe, prestes a participar num concurso de música do qual espera sair de lá como o novo ídolo do Japão. Porém, o inesperado acontece. O palco é invadido por misteriosas criaturas que, não perdem tempo, ao arrastar Tsubasa para outra dimensão através de um enorme portal. Itsuki não hesita e corre em seu socorro. Mas que mistério se esconde por detrás deste rapto? Acontece que, no universo de Tokyo Mirage Sessions #FE, todos os seres humanos possuem uma misteriosa força de energia chamada de Performa. Esta é a fonte da nossa criatividade que nos permite alcançar os nossos sonhos. No entanto, o reverso da moeda é que, esta mesma energia, atrai as estranhas criaturas que raptaram Tsubasa. Chamam-se Mirages e vêm de uma dimensão alternativa chamada Idolasphere. Enquanto que algumas destas criaturas têm como objectivo a simples recolha desta tal Performa – o porquê só ficaremos a descobrir mais tarde – num momento de desespero Itsuki e Tsubasa apercebem-se de que existem outras, dispostas a ajudá-los.
Logo à partida, é seguro dizer que esta não será uma história capaz de agradar a todos. Apesar da premissa algo sinistra, esta é uma história que não olhará a meios para tentar entreter os que a jogarem. A cultura popular japonesa está em toda a parte. Vamos lutar, recorrendo ao poder de canções, vestir roupas exuberantes e dar de caras com personagens que são uma paródia à indústria POP, da Moda, ou até da Culinária. Desta forma, temos em mãos uma aventura muito peculiar, na qual a combinação entre dois dos mais aclamados universos do género RPG, – Shin Megami Tensei e Fire Emblem – ganha (e de que maneira) maior evidência nas mecânicas do jogo, as quais já iremos abordar.
Os momentos cliché são vários e os momentos de humor (às vezes algo forçados, diga-se) que surgem em conversa com os amigos e aliados de Itsuki, pouco fazem para prender o jogador. Mas não é só disso que se vale Tokyo Mirage Sessions #FE. No decorrer da história vamos fazer parte de momentos marcantes que assentam no desvendar do mistério que envolve a chegada ao nosso mundo das tais Mirages que decidiram ajudar-nos contra as forças do mal. Mirage é um termo muito vago mas certamente que o mencionar de nomes como Chrom, Virion e Tharja farão arregalar os olhos de alguns leitores, ao lembrarem-se de Fire Emblem: Awakening. Claro está, que o mesmo acontecerá com o mencionar de Caeda, Cain, Draug e Navarre do, ainda mais antigo, Fire Emblem: Shadow Dragon and the Blade of Light.
Em combate cada uma destas personagens lutará lado a lado com o seu Mirage Master. E se Tokyo Mirage Sessions prima é pela frenética acção de combate que, como um tradicional RPG, decorre por turnos. Só que a necessidade de explorar as fraquezas dos nossos adversários, ao mesmo tempo que evitamos que o contrário também aconteça, certamente será familiar a quem explorou o universo de Shin Megami Tensei. Mas o combate não se fica por aqui. Se um dos oponentes for fraco contra uma das habilidade por nós seleccionada, os nossos companheiros de equipa aproveitam e ganham ímpeto para, também eles, investirem sobre o adversário. A isto chama-se Session. Cada membro da nossa party terá ao seu dispor um vasto leque de habilidades que se podem traduzir em ataques combinados com outro. Por vezes podemos até presenciar um “momento especial de improviso”, em que, por vontade própria, uma das personagens investe sobre os vários adversários no campo de batalha. Claro que não poderiam faltar também os derradeiros ataques especiais, únicos para cada personagem, e que, além do dano que provocam, conferem também certos benefícios que nos fazem pensar duas, ou mais, vezes sobre quando e qual a personagem que o irá desencadear.
Com a vitória, surge a tradicional progressão que é igualmente exemplar. As personagens ganham pontos de experiência com os quais podem subir de nível e um aumento dos seus atributos mas as nossas Mirages, os nossos aliados dentro da Idolasphere, conferem novas habilidades ao seu Mirror Master. Cabe-nos depois decidir se as equipamos, ou não, por vezes em detrimento de outras. Fora do combate, podemos explorar um pouco da cidade de Tóquio. Há lojas de conveniência que podemos visitar para nos reabastecer de mantimentos e missões secundárias que aumentam a nossa relação com as demais personagens do jogo que podemos completar. Podemos trocar mensagens através do ecrã táctil do GamePad ou ainda aplicar os itens recuperados no fim de cada batalha para desbloquear habilidades passivas para as nossas personagens. Há ainda a possibilidade de criar novas e melhores armas, cada uma com um leque de habilidades também para desbloquear. Tudo para que as nossas carismáticas estrelas não tenham uma “branca” no meio do combate e tenham sempre fortes argumentos para alcançar a vitória.
Apesar da história não ser muito apelativa para alguns, o combate introduzido por Tokyo Mirage Sessions #FE merece, sem dúvida ser, alvo de destaque. Tendo lugar na dimensão alternativa Idolashpere, cada brecha para esta dimensão transporta-nos para uma dungeon. Todas são diferentes em termos de temática mas é pena que a nossa progressão esteja muita vez dependente de puzzles, algo enfadonhos, que nos obrigam a andar de trás para a frente e a cruzar vezes sem conta contra adversários que surgem aleatoriamente no ecrã. Visualmente este é um título que não desilude. As criaturas e bosses que vamos defrontar acusam originalidade e as sequências anime com que por vezes somos presenteados são de grande qualidade. Amanhã chega um título capaz de oferecer uma sólida experiência RPG. Não agradará a todos, é certo mas quem não tiver receio de pisar o palco de Tokyo Mirage Sessions #FE, será recompensado com uma história que continua a deixar-nos curiosos sobre o que realmente se passa nos seus bastidores. A isso alia-se um sistema de combate exemplar que se faz acompanhar por um robusto leque de habilidades e dinâmicas que não deixará nenhum fã do género indiferente.
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