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Uma conversa com Nuno Sena

Um dos fundadores do IndieLisboa

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Decidimos espreitar os bastidores do IndieLisboa antes de tudo começar. Preparamos a máquina fotográfica e o gravador, fomos directos à Culturgest e estivemos à conversa com Nuno Sena, um dos fundadores do Festival.

“É importante dizer que estamos na 13ª edição do festival”, é a primeira frase que ouvimos, e uma edição que resulta num processo de maturação. “O IndieLisboa quer ser um festival de descobertas – de novos autores, novas cinematografias”. Isto traduz-se em filmes que estão mais longe da visibilidade pública, muitos desconhecidos ainda do público Português, no que foi “uma aposta desde o início do Indie”.

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O Indie pretende “propor novas vozes do cinema do futuro e ao mesmo tempo mostrar autores mais consagrados que têm já reputação internacional, que podemos ver nas retrospectivas”, este ano dedicadas ao cineasta do corpo Paul Verhoeven, à figura do novo cinema Francês, Vincent Macaigne, e ao cineasta prolífero Jean-Gabriel Périot (com uma retrospectiva integral).

O cinema Português foi sempre um foco desde o início. “Queremos procurar mostrar o que há de novo no cinema internacional contemporâneo e o que há também de novo no cinema português, e aqui temos um papel a desempenhar. Podemos e devemos ser uma montra do cinema português, sabemos que esta montra também atrai um público internacional como críticos, produtores…”

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Com tantos filmes na programação, tivemos de perguntar sobre o processo de selecção. “Acho que é a pergunta que nos fazem mais vezes”. Esta selecção “implica fazer escolhas, e as escolhas são feitas não com um conjunto rígido de critérios mas com uma visão de conjunto que depois é adaptada, em cada edição, à realidade daquilo que é a colheita desse ano.”

Este ano, os seleccionadores assistiram a um total de 4500 filmes, entre curtas e longas metragens, “um lote muito alargado para chegar a uma selecção final”. As obras escolhidas são “filmes que desafiam formatos estabilizados, seja na ficção ou no documentário, filmes que fogem à linguagem mais comercial e que procuram interrogar os lugares comuns do cinema.” Isto porque, para Nuno Sena, “os temas, as histórias, têm de acrescentar qualquer coisa ao cinema que existe – acha que é esse é o principal critério.”

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E o que há a destacar este ano? Muitas obras por isso, pedimos alguns destaques em Português. Premiado por duas vezes no Indie, Sérgio Tréfaut apresenta “Treblinka”, um dos destaques de Nuno Sena, “não é um documentário, ficção, é um filme ensaio “. O documentário de Pedro Marques, “O Lugar que Ocupas”, é “sobre muitas coisas, um filme sobre o teatro, a profissão de actor, os bastidores, a relação com o público…”. Já a adaptação de José Barahona a uma história sobre a emigração brasileira nos anos 90, “Estive em Lisboa e Lembrei de Você, mereceu um final destaque, “um filme muito singular na sua narrativa, e mais uma proposta no terreno da ficção”.

O IndieLisboa mantém-se fiel ao que é sua matriz: criar um novo festival de cinema em Lisboa. Um festival que não perdeu a identidade, não perdeu a vontade de trazer à capital o que há de melhor no cinema e que nos surpreende, ano após ano. Encontramo-nos por lá!

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