Velha-a-Branca

Existe Braga para além dos postais.

Braga é, fundamentalmente, uma cidade de contrastes monocromáticos, dificilmente compreendida por pessoas que a não conhecem. O branco, que conhecemos dos postais ilustrados: a tradição românica de Bracara Augusta; a proliferação do barroco e as empreitadas megalómanas. O branco é antítese de um preto que se esconde nas sombras; o símbolo da vontade de mudar, dar lugar à arte e à cultura e libertar a cidade da claustrofobia provocada por um conservadorismo com dois mil anos.

Numa cidade em que o grande espaço da cultura se encontra fechado para obras há cerca de cinco anos e em que edifícios históricos dão lugar à especulação imobiliária, a vontade de mudança concretiza-se em pequenos espaços dedicados à divulgação cultural.

Em Março de 2004, uma equipa de voluntários, de várias idades e profissões, decidiu pôr mãos à obra e restaurar um prédio antigo no centro de Braga, para criar um espaço onde as ideias sem sede se pudessem encontrar e mostrar ao mundo. Nasceu assim o Estaleiro Cultural da Velha-a-Branca, uma cooperativa cultural sem fins lucrativos. Com uma área aproximada de 1500m2, em que mais de metade é espaço exterior, a casa possibilita a prática de “múltiplas manifestações culturais” como exposições, conferências, cursos, pequenos concertos, representações teatrais e projecção de filmes, documentários ou slides, entre outras. No segundo andar da casa existe o Bar da Cooperativa. Através dele é possível aceder aos jardins, que se estendem em planos superiores aos dos pisos da casa, e estão a ser recuperados no âmbito do curso de jardinagem que a cooperativa está a promover.

Para além dos projectos idealizados pela cooperativa, esta apresenta-se receptiva a ideias de outras pessoas com vista à dinamização do Estaleiro. Por norma, as actividades desenvolvidas devem ser capazes de cumprir o princípio de auto-financiamento.

Pela Estaleiro Cultural já passaram actividades tão diversas como o Festival Space 2004 de música experimental, um concerto de Simonal Bié, um espectáculo de capoeira, o Magusto-da-Velha ou uma encenação de Beckett, que guiava os espectadores ao longo de várias salas da casa.

A “Velha” espera visitas na porta número 23 do Largo da Senhora-a-Branca em Braga.

A decorrer no estaleiro:

– Nova China. Exposição de fotografia de Pedro Guimarães.
– Curso de Jardinagem. Jardins em espaço urbano – Teoria e prática.
– Oficinas para Crianças. Ocupação dos tempos livres.
– Corte no Cabelo.



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