Vera Mantero & Guests
Um Mergulho - pensamento, poesia e o corpo em acção.
Senhoras e senhores, meninas e meninos sejam bem vindos ao Teatro São Luiz! As portas estão abertas de par em par, o palco está à vossa espera e os actores estão em todo o lado! Vera Mantero convidou cerca de quarenta homens e mulheres das artes, a quem chamou “fazedores” e “pensadores”, para deixarem a sua marca performativa no Teatro Municipal São Luiz num evento a que deu o nome de “Um Mergulho – pensamento, poesia e o corpo em acção”.
À entrada do São Luiz recebemos um mapa do teatro e é-nos dada a indicação de que podemos andar por todos os espaços do teatro. Além disso, somos livres de permanecer o tempo que quisermos e entrar e sair do recinto a nosso bel-prazer.
E eis que quase sem darmos por isso começamos já a fazer parte do espectáculo. Sentados no chão encontramos dois jovens enrolados em tolhas de banho que comem maçãs e a quem se juntam dois visitantes para uma troca de ideias, quem sabe acerca de uma das perguntas que foram coladas no chão do Teatro São Luiz: “O que pode a arte?”
Avançamos um pouco mais e entramos na plateia do teatro transformada, também ela, em palco e questionamo-nos: quem é actor e quem é visitante? Olhamos à nossa volta e deparamo-nos com um rapaz que faz strip-tease em cima das cadeiras, uma freira que passeia o seu “freiro-cão”, uma noiva que procura o seu noivo, uma mesa posta que aguarda por alguém que passe e se sente…
Seguimos em direcção ao palco, mas detemo-nos debaixo dele, ali mesmo no fosso onde alguém lê: “Sou quase feliz, sim sou quase um homem feliz!” Interrompido, vezes demais, pelo som estridente de três guitarras que desafinam no palco, por papelinhos brancos que lembram neve e caem sobre as nossas cabeças e por maçãs que aterram em cima dele, o nosso contador de histórias abandona o fosso para dar lugar a uma noiva que nos lê “Portugal, o medo de existir”, de José Gil. Do fosso não vemos quase nada, mas temos a visão privilegiada da teia do teatro onde deambula uma dezena que “Adãos” e “Evas” semi-nus que atiram maçãs para o palco.
Lá mais acima, os camarotes foram transformados em pequenas salas de teatro como a Sala do Enigma onde nos tentam descrever um objecto desconhecido, a Sala da Dúvida e da Resistência onde se debate a três os como e os porquês do mundo ou a Sala do Corpo Vibrátil onde vibra um corpo… É só abrir a porta, entrar e voltar a fechar a porta… de imediato é-lhe servido um espectáculo só para si, do qual também pode fazer parte!
E num eterno devir voltamos a pensar: O que pode a arte?
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