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CA Vilar de Mouros 2023 | Dia 3 (25.08.2023)

Uma mixórdia de metal e uma estreia

Quem gosta de música sem espinhas certamente não optou pelo terceiro dia de Vilar de Mouros, onde as palavras de ordem foram rebeldia…e metal.

A terceira noite de concertos em Caminha acabou ao som da estreia dos australianos Pendulum por terras lusas. A banda de Perth não esteve com meias medidas e transformou o recinto numa autêntica rave.

A apresentar o novo “Elemental”, os Pendulum fizeram questão de deixar marcas logo a abrir. Foram, no entanto, o menos “metal” que se ouviu na terceira leva do festival. Numa noite onde o nada-vil metal foi rei e senhor, o mix de rock com drum-n-bass dos Pendulum – mistura que até pode parecer meio estranha – acabou por encaixar, somehow, na perfeição para terminar o serão em êxtase e festa. O público alinhou no caos e seguiu rumo ao fim de semana em plena rave improvisada.

Antes disso, e logo a arrancar, os Bizarra Locomotiva deram metal industrial em força a quem aproveitou o festival até ao tutano, esgotando as forças dos mais aventureiros logo à partida, sem dó nem piedade. Os 30 anos de carreira mal se notam no corpo de Sidónio e companhia, que caem que nem uma luva num festival tão histórico como é Vilar de Mouros. Não se ensaiam muito para isso e a atitude de confronto resvala para a frente de palco, que Sidónio abandona com regularidade (e roupas reduzidas). É rebelde, é cru, é visceral, é nosso, é bom. Tem a crítica no sangue e o «Ódio» no coração… mas a mistura fica-lhes sempre bem.

Depois, a melodia dos violoncelos dos Apocalyptica ecoou pelo recinto em toda a sua glória. A mistura perfeita de instrumentais com metal fazem desta banda finlandesa um sério caso de sucesso em Portugal e versões como «Nothing Else Matters» são disso mesmo exemplo. Para além dos Metallica, que estão na génese do grupo de Helsínquia, também se tocou AC/DC e Rage Against the Machine, por exemplo. Sempre com a voz em mute e palavras em finlandês que ninguém entendia, mas… Para quê falar, para quê ter um vocalista quando podem ter uma multidão a cantar por vocês? Fórmula de sucesso.

Por falar em sangue (já vão perceber)… seguir-se-iam os Within Temptation, banda igualmente de culto por cá e que já atuara no recinto em 2005. Mantiveram a “vibe” no metal mais sinfónico, mas desta feita com voz… e que voz. A banda de Sharon den Adel escolheu Portugal para encerrar a mais recente tournée e aproveitou para apresentar por cá parte do álbum que vai lançar em outubro, “Bleed Out”. Também não se coibiu de aproveitar a oportunidade para apelar à defesa dos direitos humanos e à paz, com uma gigantesca bandeira ucraniana em palco – daqueles momentos que teriam tudo para ser, mas que acabou por ser recebido a meio gás.

Sábado é o último dia e os Peaches, Guano Apes, James e Ornatos Violeta tiveram direito a lotação esgotada para a despedida. Até lá, é descansar do furacão australiano e dar um mergulho no rio Coura.

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Leiam aqui a reportagem do primeiro, segundo e quarto dia de festival.



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