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Vivienne Westwood

"Posso ser rebelde, mas não sou uma outsider"

Vivienne Isabel Swire nasceu no ano de 1941 em Derbyshire, Inglaterra, no seio de uma família de operários. A sua paixão pela roupa vem desde muito nova: já em criança sonhava com vestidos que não encontrava. Devido à impossibilidade financeira dos pais, Vivienne começou a desenhar e a confeccionar o seu próprio guarda-roupa e todo o dinheiro que conseguia juntar era gasto em tecidos e sapatos.

Aos 17 anos, Vivienne e a família partem para Harrow, onde os pais iriam gerir os correios locais. Antes de se tornar professora primária, aos 21 anos, passou pela universidade de Westminster, Middlesex e graduou-se em Goldsmiths. É também com esta idade que adquire o famoso sobrenome Westwood, herdado do seu primeiro marido, Derek Westwood.

Em 1965 Vivienne conhece Malcolm McLaren, então com 18 anos. “Venho do norte de Inglaterra, de um meio onde praticamente não existia cultura. Enquanto criança estava sempre a ler, mas para além disso eu nunca tinha ido ao teatro. Eu nem sabia que existiam galerias de arte. Cresci num vácuo cultural. Depois conheci o Malcolm, que vinha de uma família de judeus vendedores de diamantes ou algo parecido, e isso ajudou-me a descobrir muita coisa”. Malcolm tem responsabilidades no que diz respeito ao sobrenome de Vivienne: “Eu gostava de ter mudado o meu nome, mas o Malcolm disse-me para o manter acontecesse o que acontecesse porque Westwood soa bastante a inglês. É por isso que ainda o mantenho”.

Em 1970 os Beatles tinham acabado de se separar e o estilo “beatnik” estava fora de moda. Os hippies começavam a impor-se e em King’s Road os primeiros punks começavam a passear-se nas ruas de Londres, anunciando a revolta contra o bom gosto e a moda. Tom Wolfe, jornalista e escritor norte-americano, descreve a década de 70 como “a década do eu”, quando as pessoas comuns passam a ditar as regras da moda, ao contrário do que se passara até ali, em que eram os grandes criadores os mentores das tendências.

Em 1971 Vivienne Westwood e Malcolm McLaren abrem a primeira loja, no nº 430 da King’s Road, local onde as primeiras peças desenhadas por Westwood são vendidas. Para além de vender discos, a loja tinha uma característica pouco comum para a altura: era remodelada constantemente, e quando isso acontecia mudava de nome. “Let It Rock” é o nome com que abre portas, mas no ano seguinte sofre uma remodelação e muda para “Too Fast To Live, Too Young To Die”. Em 1974 chama-se “Sex”, em 1975 “Exposing to public view an indecent exhibition” e em 1976 “Seditionaries – Clothes for Heroes”. A designação que ainda hoje se mantém, “World’s End”, é adquirida em 1979.

É impossível falar do percurso de Westwood sem referir os Sex Pistols, considerados os percursores do movimento punk no Reino Unido. A banda nasce oficialmente em 1975, mas é em 1972 que o grupo começa a dar os primeiros acordes na música, ainda com a designação “The Strands”. Um dos pontos de encontro da banda era a loja de Westwood e Malcom. Não tardou muito até que Malcolm assumisse o management do grupo. Nos primeiros concertos, os Sex Pistols usaram criações de Westwood e foi um estrondoso sucesso.

Westwood deixa o punk na moda e no início dos anos 1980 a criadora troca as ruas da cidade pelos museus para estudar vestuário, interessada sobretudo em “Les Incroyables et les Merveilleuses”, os novos ricos do pós-revolução francesa que ansiavam por divertimento e folia. Os homens (“les Incroyables”) e as mulheres (“les Merveilleuses”) vestiam exuberantemente.

Em 1980 Westwood começa a apresentar as suas colecção em Paris e é a primeira designer britânica a fazê-lo desde Mary Quant. Esta é uma década essencial para Westwood, com apresentações regulares em França. Em 1987 volta às passereles de Londres com a colecção “Harris Tweed”, inspirada na rainha Elizabeth II. Nesta altura Vivienne é desprezada pelas publicações de moda, sendo quase impossível ver referências do seu trabalho em livros especializados publicados até ao final da década. Até que em 1989 John Fairchild, editor da Women’s Wear Daily, menciona Vivienne Westwood no seu livro“Chic Savages” entre a lista dos seis melhores designers do mundo. Em 1990 e 1991 recebe o prémio “British Fashion Designer of the Year”.

O espírito punk continua presente quer nas suas colecções quer nos seus ideais de vida. Ultimamente ela tem-se dedicado a várias causas, tal como “AR”, o manifesto cultural anti-consumo onde escreveu que as pessoas veem demasiada televisão e apelou para que leiam mais livros e deixem de comprar produtos desnecessários. “As pessoas são treinadas pelos média para serem consumidores perfeitos de produção de “lixo” em massa. As pessoas que usam estas coisas renderam-se ao sistema e isto mostra que parte dos seus cérebros lhes foi removida. Penso que é importante fazer boa roupa para que as pessoas tenham um aspecto mais individual, e não um produto publicitado em massa” (in “100 designers de moda contemporâneos”).

A marca Vivienne Westwood conta com quatro linhas: Vivienne Westwood Gold Label, Red Label, Anglomania e Vivienne Westwood Man. A loja Words End é um sítio de passagem obrigatório para os visitantes de Londres onde se podem encontrar edições especiais da marca Anglomania.

Desde o inverno de 2007/2008 que Vivienne e Andreas Kronthaler, o seu actual marido e responsável pela parte de homem da marca, são a cara das próprias campanhas de publicidade. A partir do verão de 2009 Pamela Anderson passou a fazer parte das campanhas. Punk is still alive!!



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