Vodafone Mexefest (7.12.2012)
Uma noite em grande
No Vodafone Mexefest cada pessoa tem a oportunidade de escolher a sua rota, de criar a sua própria experiência. A oferta é tão diversa que o mais difícil será mesmo escolher. É preciso audácia e genica para conseguir desenhar o trajecto com o menor número de sacrifícios, de concertos bons que são excluídos. Para além disso temos que estar preparados para os imprevistos porque, nunca se sabe, o concerto que achamos ter a certeza de ver pode estar com lotação esgotada. Cada edição do Mexefest dá a oportunidade aos espectadores de ter o seu próprio festival, com o seu próprio rumo e com a sua identidade única. Esta é a minha versão.
Cheguei, apressado. Estava atrasado para o concerto da Elisa Rodrigues, na bonita Sociedade de Geografia de Lisboa. Não sei bem que horas eram mas lembro-me que estava quase a acabar, faltava menos de um quarto de hora. Quando cheguei a descontracção surgiu instantaneamente. A nível generalista podia-se dizer que o concerto contrastava esteticamente com os restantes do festival, mas a verdade é que foi o embalo perfeito para uma noite de grande movimento. Finalizou o concerto com uma surpresa, um dueto com Paulo Furtado (Wraygunn ou The Legendary Tiger Man).
Depois disso subi um pouco, para ver os portugueses The Discotexas Band. O Mexefest dá-nos a oportunidade de conhecer espaços novos. O Ateneu Comercial de Lisboa despertava em mim uma grande curiosidade mas tornou-se apenas em uma grande desilusão. A acústica dispersava e desperdiçava a qualidade da banda, uma das mais promissoras nacionalmente.
Esta banda é a apresentação ao vivo do portefólio da editora Discotexas, uma editora de house e nu-disco com uma óptima reputação internacionalmente. Uma banda sólida, o público aderiu em força, foi pena a sala não ajudar!
Sai um pouco mais cedo para tentar arranjar um bom lugar para ver os Alt-J (∆), o concerto que prometia ser o que marcaria a noite. Apesar de ter chegado quinze minutos antes do começo, a fila era gigante e devia ter o mesmo número de pessoas que a lotação permitiria. Ao entrar, era fácil de compreender que não ia dar para toda a gente assistir ao concerto; a lotação já se encontrava quase esgotada. Os Alt-J eram demasiado grandes para o Tivoli.
Foi o concerto da noite, sem dúvida. Um concerto intenso, com um público bem conhecedor das músicas de “An Awesome Wave”, onde os singles causaram especial combustão. Músicas como «Matilda» transformaram a audiência num coro e embalaram a noite.
Ainda deu tempo para ver o final do concerto dos Bigott, que superou todas as expectativas. A banda espanhola tornou o ambiente quente do Ritz na sua casa. Cantou-se muito, dançou-se ainda mais. Ninguém ficou indiferente a esta banda, e o calor só contribuiu para o impacto desta música com cheiro a praia.
Para terminar, voltei ao Ateneu Comercial de Lisboa para. Era a estreia em Portugal dos The 2 Bears, Raf Rundell e Joe Goddard (Hot Chip), uma dupla de música electrónica focada no house com um toque londrino. Apesar do seu primeiro disco “Be Strong”, não são propriamente uma banda e não fazem concertos. Houve muitos desiludidos por ser apenas um DJ set, abandonando a sala. Mas pelos que abandonavam, havia o mesmo número de pessoas a entrar. Tocaram uma música dos Inner City que resume esta festa dois ursos de Londres – «Big Fun»: “You don’t need a crowd to have a party, just a funky beat and you can get it started, we’ll dance the night away”. A maioria percebeu a mensagem e teve uma noite em grande.
Fotografia por Graziela Costa
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