Voxels – Entrevista

Voxels

Homónimos e electrónicos: Pedro Chamorra à conversa com a Rua de Baixo

Conheceram-se há cinco anos, por intermédio de amigos em comum, e começaram a sair juntos. Pedro Chamorra e Pedro Pinto rapidamente se aperceberam que tinham o mesmo ecletismo no que diz respeito à música. Na altura Pedro Chamorra tinha um estúdio no Porto, e Pedro Pinto começou a visitá-lo frequentemente. Daí a começarem a colaborar juntos foi um pulo. Há dois anos nasceu o bebé desta banda de homónimos, os Voxels.

Este projecto tem voz própria e uma personalidade vincada, não fosse o próprio nome, Voxels, concretizar-se numa união entre Voz e Pixéis Tridimensionais, que, segundo as palavras do Pedro Chamorra, “representam algo no plano digital, mas mais profundo do que isso”.

Os Voxels saíram da casca e lançaram um primeiro EP pela Top Billin, e depois dois pela Enchufada. Neste momento este duo dinâmico encontra-se em preparação para lançar um novo EP pela editora Con+ainer Records, e novo álbum pela Optimus.

Pedro Chamorra, quando era pequeno, queria ser engenheiro mas era tão criativo que os meandros da vida sempre o desviaram para o mundo das artes. Na música, alia a técnica à criatividade, a dissecação do processo de produção à dimensão artística. Um curioso nato, sempre buscando e inspirando-se no que o rodeia, Pedro acredita que o ritmo da vida, tanto na música, como na natureza ou nas relações que mantemos com as coisas, é cíclico.

A Rua de Baixo conversou com Pedro Chamorra, este produtor de melodias dançantes, que em conjunto com o Pedro Pinto vai fazer estremecer os esqueletos, logo à noite (8 de Fevereiro), no piso de baixo do Lux.

Quais são as vossas inspirações musicais para o projecto Voxels?

Se calhar não tem tanto a ver com as nossas inspirações, tem mais a ver com a nossa tentativa de pôr tudo num espírito house. Nós pegamos nas nossas referências de toda a música electrónica, techno, pop, ou mesmo algumas coisas da electrónica experimental, rock, soul, e tentamos “cozê-las” num caminho mais próximo do espírito do house e da dança. Mas como inspiração é tudo, basicamente. Às vezes uma situação de vida pode dar-nos uma ideia para uma música, ou um sentimento por alguém, uma ideia, um filme, uma conversa. Às vezes acabam por serem essas as maiores inspirações, mais do que a própria música; esta acaba por ser o nosso esqueleto.

Quando tocam, como é que se organizam? Como comunicam entre vocês?

Depende da situação. Nós temos uma química muito boa um com outro, tanto a fazer como a pôr música. Se calhar organizamo-nos mais se formos fazer um showcase, porque aí requer que organizemos as nossas músicas, os nossos remixes que vamos tocar. Há uns meses atrás fomos tocar a Viana do Castelo, e o pessoal estava numa onda mais pesada. Nós resolvemos fazer um set inteiramente techno, que foi todo de improviso, sem organização nenhuma, e correu super bem, foi muito divertido. Foi inesperado. Torna-se tudo muito mais fácil quando tens uma boa química com a pessoa com quem estás a trabalhar. Nós praticamente não falamos quando estamos a tocar. Acaba por nos dar alguma liberdade, porque confiamos um no outro. Se calhar um pode começar a puxar mais para um lado, e o outro acompanha.

O que é que te dá mais gozo quando estás a tocar?

Dá-me gozo que as pessoas se divirtam. Aliás, não é só que as pessoas se divirtam, é criar uma atmosfera divertida, principalmente agora, numa altura de tanta instabilidade, fazer com que as pessoas se sintam seguras. As pessoas sentem-se seguras quando estão divertidas. Dá-me um prazer genuíno ver os sorrisos nos rostos das pessoas. Dá-me gozo ver que conseguimos aliviar momentaneamente uma parte negativa de alguém, porque durante algum tempo esqueces-te dos teus problemas. Gosto de ver o sorriso na cara de alguém, porque o estilo da música que estamos a tocar faz essa pessoa sentir-se bem.

Esta noite no Lux, o que se espera?

Baixo, muito baixo, grave, é isso que se espera. Se calhar vai ser um bocado improviso, loucura total, porque vamos tocar das 05:30 às 07:00, o que é uma boa hora, no sentido em que as pessoas já estão bastante aquecidas. Grave, muito grave e, esperemos, muita diversão.

E planos dos Voxels para 2013?

Muitos, demasiados. Mais do que o tempo permite fazer. Editar um álbum, editar os EP’s e singles que temos pendentes. Se possível editar um ou dois EP’s com coisas diferentes. O EP que vai sair pela Con+ainer é mais sóbrio, o que vai sair pela Cómeme vai ser diferente, porque é mais latino. Possivelmente tocar bastante como DJ’s e voltar a montar o live-act, numa versão mais avançada. Gostávamos de tocar lá fora também.

Não percam esta dupla de DJ’s em acção na Hard Ass Sessions #14. Venham ver e ouvir os Voxels “tridimensionalmente” logo à noite na discoteca Lux, entre as 05:30 às 07:00. Preparem a musculatura para também dançar ao som de French Fries, Monki e KKing Kong.



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