You Can’t Win, Charlie Brown @ Lux
Uma impressionante dinâmica de "seis gajos" em palco.
Os You Can’t Win, Charlie Brown actuaram ontem à noite, dia 15 de Setembro, no Lux, naquele que foi o concerto de apresentação do álbum de estreia “Chromatic”. Depois de uma performance aplaudida por todos no Festival Paredes de Coura, foi altura de mostrarem o que conseguem fazer em sala.
Alguns minutos antes das 23h00, a sala do Lux já estava praticamente cheia e ansiosa por ouvir os primeiros acordes. Curiosamente, «An Ending» foi a primeira música da noite, num palco que parecia pequeno demais para todos os instrumentos, pequeno demais para receber o talento aglomerado de João, Salvador, David, Tomás, Luís e Nuno.
O público não podia ter reagido de melhor forma, ouvem-se aplausos, cantam-se as letras; acima de tudo, o público vive o concerto quase em cima do palco com a banda. Segue-se «Until December» e o ambiente torna-se cada vez mais intimista e descontraído, You Can’t Win, Charlie Brown tocam com um gosto que passa para quem os ouve, com sorrisos rasgados durante todo o concerto e uma cumplicidade fascinante.
A primeira surpresa da noite é a presença de Márcia que sobe ao palco para cantar «A While Can Be a Long Time» e, ao mesmo tempo, anunciar a sua gravidez. As palmas redobram e a distância que separa os artistas e o público vai ficando cada vez mais pequena, quase já não a notamos. E sim, há mais surpresas, pela primeira vez ao vivo, You Can’t Win, Charlie Brown tocaram «Glimpse». “Vamos tocar esta música ao vivo pela primeira vez, vamos ver como é que corre.”
Aos seis, fica a mensagem, estamos rendidos. Para nos conquistar definitivamente escolheram dar um mimo aos fãs e tocar «Sad Song», tema que faz parte do EP lançado em 2010. E, como não temos tempo a perder, “voamos” para o single «Over the Sun/Over the Water», que foi, sem dúvida, o momento mais alto da noite. A partir daí, não restam quaisquer dúvidas – até para os ouvintes mais desatentos que teimavam em cochichar junto ao bar -, estamos perante um exemplar início de carreira que tem tanto de genial, como de natural e descontraído. E isso agrada-nos.
Cerca de uma hora depois, o concerto chega ao fim, mas Salvador faz questão de tirar do bolso um papel. A lista de “pessoas que tornaram tudo isto possível. Obrigado a vocês todos, que são tantos!”
Antes de «Sort of», já no encore, sentimos que, realmente, soube a pouco, ficaríamos mais uma ou duas horas, mas somos logo avisados, entre piadas, “não sabemos tocar mais nenhuma música, por isso esta vai mesmo ser a última, não vale a pena pedirem mais.”
É impressionante a dinâmica destes “seis gajos” – como eles próprios se rotulam – em palco. Temos dos mais variados instrumentos, temos entradas e saídas, trocas e improvisos, e tudo isto, combinado com uma calma e serenidade verdadeiramente envolventes.
“Muito obrigado a todos. São o melhor público de sempre!” grita João Gil para terminar em grande. Desta vez, quem agradece somos nós e no dia 7 de Outubro temos encontro marcado no Teatro S. Luiz.
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