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Zmar

Bem perto da Zambujeira do Mar abriu em Agosto um novo empreendimento turístico amigo do ambiente. O Zmar é o primeiro Eco Camping Resort de 5 estrelas em Portugal. Estivemos lá e conversámos com o Dr. Francisco de Mello Breyner, responsável pelo projecto.

Na estrada que liga Vila Nova de Milfontes à Zambujeira do Mar, mesmo antes do cruzamento que dá acesso ao cabo do Sardão, foi construído o primeiro Eco Camping Resort de Portugal. O Zmar é um empreendimento de 5 estrelas que ocupa uma vasta área e que procura ser a principal referência no campismo e turismo da região, apostando na qualidade dos serviços e infra-estruturas tendo em consideração todos os aspectos ecológicos e de sustentabilidade. Tal como em outras vertentes da economia, a utilização de recursos naturais e ecológicos vai tornar-se comum no turismo. O Zmar encontra-se na linha da frente para esta realidade.

Ao chegar ao Zmar é com alguma apreensão que apenas encontramos a recepção e uma paisagem árida e poeirenta. A primeira impressão que o mais incauto dos turistas pode ter é que ali não vai encontrar nenhuma qualidade ou conforto. Ao entrar na recepção e ao conhecer a planta do empreendimento a opinião rapidamente se modifica. Rústico contemporâneo, é assim que podemos descrever todas as infra-estruturas do Zmar, auto-sustentáveis através da energia solar e com dezenas de pormenores de preocupação ecológica.

A estrada de terra batida que nos leva da recepção às diversas áreas do Zmar pode uma vez mais causar dúvidas a quem chega a este espaço pela primeira vez, mas a inexistência de alcatrão é uma característica e não um atraso na construção das vias. “Existem muitas pessoas que não percebem e vêm para aqui a pensar que isto é um resort normal, mas na realidade quem vem para aqui vem para o campo que no Verão tem pó e no Inverno é verde (…) quem procura sair da urbe e ir para a urbe fica em Porto Covo. O Zmar é para aqueles que procuram estar em contacto com a natureza com toda a qualidade e conforto”, disse-nos o Dr. Francisco de Mello Breyner, principal responsável pelo empreendimento.

Este projecto surgiu devido a uma lacuna identificada no mercado: “não havia nenhum produto de qualidade para os 6 milhões e meio de campistas que acampam em Portugal por ano. Tudo o que havia deixava muito a desejar em termos de qualidade e estava aberto só parte do ano não reunindo todas estas diversões e todas estas infra-estruturas no mesmo sitio”, disse-nos, concluindo que a escolha do local foi mero acaso – “queríamos que fosse no Algarve visto estar mais próximo de Espanha mas as circunstâncias da vida trouxeram-nos para aqui e estamos muito bem nesta magnífica região”.

Opções para todos

O empreendimento está dividido em diversas áreas. Existe uma zona dedicada exclusivamente ao campismo “tradicional” que permite 90 m2 por campista, em Alvéolo com 6m2 de sombra (4 pessoas, tenda, caravana, etc), com todas as condições para os utentes: água, electricidade, internet e condições sanitárias impecáveis. O maior “defeito” é algo que o espaço de campismo partilha com todas as outras áreas, a falta de árvores. Esta situação é “normal” devido às obras que foram efectuadas e será o tempo a resolvê-la: “Nós já fizemos a nossa parte, agora falta a natureza completar a obra. É necessário um Inverno para isto ficar mais bonito”, disse-nos o Dr. Francisco de Mello Breyner.

Para quem não pretende acampar existem outras possibilidades de alojamento. O Hotelmóvel é a melhor solução para duas pessoas. Com um quarto com cama de casal, Kitchenette, Sofá-Cama na sala, Ar Condicionado, Internet e TV HD Satélite, esta estrutura de madeira tem todas as condições para receber duas pessoas (com a possibilidade de trazer uma criança até aos 12 anos). Os Chalets e as ZVillas são opções para albergar mais pessoas. Possuem dois quartos e um alpendre. A diferença entre os dois alojamentos reside na área ocupada sendo superior nas ZVillas.

Mas se o alojamento apresenta uma qualidade acima da média, todas as outras infra-estruturas não ficam atrás. Na zona “central” do empreendimento está localizada a magnífica piscina exterior, uma zona de convívio com sofás, televisões e todo o conforto, um supermercado, restaurante, bar, uma piscina interior de ondas (10 minutos de ondas de hora a hora para que a energia utilizada seja racionada) e um SPA. No Zmar não se usa dinheiro. Para efectuar pagamentos ou se utiliza o cartão Multibanco ou o cartão que serve de chave para os alojamentos e que pode ser carregado com a quantia desejada. Existe Internet (Wi-fi) em praticamente todos os recantos, desde a sala de convívio até à piscina.

“O parque foi pensado desde o momento zero para família, para ser o mais ecológico que o conseguíamos fazer e saber (…) existem actividades para todos. Tanto podem estar todos juntos como separados. Existe um SPA, campos de jogos cobertos, um percurso de desportos radicais, uma zona para as crianças, com brinquedos e actividades diárias”, estando também a serem preparadas outras actividades como andar de barco no Rio Mira, Pesca Submarina na Costa Vicentina e passeios de cavalo, de forma a que “as pessoas tenham mais opções”, conclui.

O futuro é verde

O Zmar demorou 9 meses a construir e 3 a adquirir as licenças. Na opinião do responsável, foi tudo “muito rápido” sendo que os atrasos (de 2 meses) deveram-se a razões que prefere “não mencionar” e à pluviosidade que nos meses de Dezembro e Janeiro atingiram registos “raros” no nosso país. Depois de uma fase de testes em Julho, o empreendimento abriu em Agosto com uma média de 800 pessoas por dia. “São números muito bons mas ainda longe dos 3000 para que estamos licenciados. Precisamos de um ano e de um Inverno com muita chuva para isto ficar tudo verdinho”, conclui.

Tal como em muitas outras áreas económicas, a ecologia e sustentabilidade será uma realidade no turismo. Para o responsável do Zmar, já “não dá para fazer as coisas como se fazia antigamente. Tem que se fazer as coisas deixando a terra respirar, respeitando a ecologia e o meio ambiente” sendo que o Zmar está “um passo à frente”, registando também o carácter pedagógico do empreendimento que incentiva todos a serem ecologicamente responsáveis. “As pessoas continuam a não respeitar o ambiente, mas chegamos lá. As gerações vindouras são muito mais ecologistas do que nós todos e nós tentamos fazer passar essa mensagem a todos os que nos visitam”.

Existem diversos aspectos que incentivam a reciclagem a reutilização. Os copos do bar, embora sejam de plástico, podem ser lavados e reutilizados, são usadas torneiras economizadoras de água em todo o empreendimento, os sacos utilizados são produzidos a partir de pacotes de leite, os produtos de limpeza e sabonetes são biodegradáveis, a circulação automóvel é limitada dentro do empreendimento (é incentivado o uso de bicicletas), todas as lâmpadas são de poupança e todos os edifícios utilizam energia solar. Existem dezenas de características que tornam o Zmar um empreendimento diferente e amigo do ambiente.

Este empreendimento na Costa Alentejana é um caso raro numa região onde o turismo rural e os parques de campismo reinam. Para o responsável, a região é muito “sensível” e tudo o que faça fora da urbe terá que ser com “muito cuidado”, embora seja da opinião que se deva construir mais: “Mais empreendimentos são complementares e não concorrentes. Adorava que fizessem aqui um Golfe aqui perto, servia a mim e servia aos promotores do Golfe e posso adiantar que está um em estudo de impacto ambiental”, disse-nos.

Para o final, aqui fica o convite por parte do Dr. Francisco de Mello Breyner para visitar o Zmar: “Isto é um produto também desenhado para a crise porque é muito barato vir para aqui. É para toda a gente vir. É para um turismo de massas. É para um turismo de pessoas que não têm dinheiro para fazer turismo. (…) No Inverno então é baratíssimo. As pessoas podem vir passar um fim-de-semana ao Alentejo e ficar num Hotelmóvel por 40 euros por noite ou ficar num Chalet por 80 euros por noite”.

Nós podemos comprovar que, se procuram estar em contacto com a natureza, completamente longe da cidade mas com as melhores condições de alojamento, o dinheiro gasto no Zmar vai valer a pena.



Existe 1 comentário

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  1. tiagomar

    Concordo com o que foi dito em cima, só discordo totalmente com a falta de informação que é fornecida por parte do Zmar quando se faz a pré reserva, quanto a mim bastante limitada no que respeita às condições que iremos encontrar. Juntamente com a minha família, fomos passar 5 dias ao eco resort camping de luxo, achando que apesar da pouca existência de árvores (sombra), não seria um impeditivo, visto estarmos em Setembro e o dias de calor já não serem tão fortes.

    Qual não foi o nosso espanto quando chegámos aos álveolos, estes eram completamente de terra batida e esses 5 dias foram passados na poeira, o que acabou por ser um desagrado para todos.

    Adoramos a Natureza e estar em contacto com ela, temos por hábito acampar, só não gostamos simplesmente de viver na "imundice", onde o simples acto de comer uma refeição se torna em algo impossível de fazer, pois o vento e a poeira é tanta que de "luxo" não tem nada.

    Acho todo o projecto do Zmar um trabalho com pernas para andar e a longo prazo pode-se vir a tornar um verdadeiro resort ecológico de luxo, neste momento ainda é um embrião.

    Com a informação sincera e adequada, quer no site, quer ao telefone, penso que qualquer pessoa não se sente enganada e desiludida. "Os animais não podem circular nas áreas comuns. O uso de trela é obrigatório".

    Quando dizem isto penso que também deveriam ser mais explicitos e dizerem que são apenas permitidos nos álveolos e em mais nenhum sítio e que apesar da trela, os pobres bichos têm de ficar confinados à área do álveolo, quer faça um sol abrasador ou chuva intensa, aí nós pessoas responsáveis por estes pequenos seres, poderemos previamente optar em não ir .


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