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Jennifer Egan – A praia de Manhattan

Em lume brando.

“Uma Visita do Brutamontes”, “A Praia de Manhatan” (Quetzal, 2018) definitivamente não é. Apesar de ambos se moverem no universo das subculturas, onde o primeiro bebia inspiração nas personagens, este parece avançar, lentamente, apesar delas. Ainda que a estrutura do livro não seja clássica, o seu universo é e o facto de retratar a história de Nova Iorque, automaticamente limita o seu apelo.

Precisamente pelo menor peso que as personagens têm na história, torna-se também mais difícil relacionarmo-nos com elas do que n’”A Visita do Brutamontes”. Não que a escrita tenha mudado por aí além, mas provavelmente universos clássicos não serão a praia de Jennifer Egan, pelo menos em narrativas não lineares, que às vezes parecem perder-se no próprio lodo.

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Apesar de vir classificado como romance histórico e de ter como pano de fundo a Grande Depressão e a Segunda Guerra Mundial e de se posicionar em momentos épicos como o desenvolvimento dos sindicatos e as lutas pela supremacia das várias máfias, “A Praia e Manhattan” propõe como fio condutor o desaparecimento do pai de Anna, a personagem central. O problema é que, põe tanta coisa ao mesmo tempo em cima da mesa que ficou tudo cozinhado em lume brando.



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