Monstra 2014 – Sessão de Abertura

MONSTRA 2014 – Sessão de Abertura

Na passada Sexta-Feira abriram-se oficialmente as portas do festival com uma sessão apresentada pelo entusiástico Fernando Galrito (director do festival) e que primou por nos apresentar uma breve, mas estimulante, amostra daquilo que nos espera durante a próxima semana no festival

A iniciar as hostes o tema foi o da revolução ao Galrito evocar os 40 anos de 25 de Abril, tema que foi abordado nas duas primeiras curtas-metragens apresentadas. Na primeira dedicada a este tema tivemos um curtíssimo episódio que se baseou nos testemunhos de pessoas que tinham cerca de 7 anos quando ocorreu a revolução. A ideia para este projecto é a de construir uma série de vários episódios, mas até ao momento, apenas foi feito um, algo que está relacionado com as dificuldades económicas da actualidade, como salientou um dos realizadores.

Em relação à segunda curta a MONSTRA desafiou um grupo de cerca de sete arquitectos para criarem uma peça que homenageasse tanto os 40 anos do 25 de Abril como os 40 anos da criação do cubo mágico, da autoria do arquitecto Ernõ Rubik. Uma forma interessante de misturar a cultura portuguesa com a húngara, mas também um desafio arrojado devido à distinção entre os temas. O resultado foi “40.25.04” um filme que a partir da face de um cubo de Rubik cria um mural vivo e musical, carregado de personagens e símbolos políticos relacionados com o 25 de Abril.

Em seguida procedeu-se à homenagem de três grandes nomes da animação que nos deixaram recentemente, mas cujo trabalho viverá para sempre. Falo de Frédérick Back, Jimmy Murakami e Nag Ansorge. Deste último foi recordado o poema animado que realizou juntamente com a sua mulher Gisèle Ansorge e intitulado “Les Enfants de Laine”. Foi uma homenagem sentida que deu a conhecer a muitos de nós a sensibilidade deste autor através da história de uma avózinha que criou um mundo para si a partir de novelos de lã.

A partir daqui as atenções ficaram voltadas em exclusivo para o país convidado, a Hungria, com a apresentação de algumas curtas que espelharam bem a diversidade e qualidade da animação húngara. De 1980 chegou-nos “Fly” de Ferenc Rofusz sobre a vida agitada de uma mosca, cujo ritmo frenético e intenso lhe venceram o óscar de 1981. A continuar nos óscares, tivemos um nomeado de 2007 o misterioso e fantástico “Maestro” de Gezá M. Tóth. A terminar esta mostra de curtas guardou-se a palma de ouro em Cannes de 1989, “AB OVO”, um trabalho notável de Ferenc Cakó, onde a animação é toda feita utilizando areia, uma técnica criada pelo próprio Cakó.

O autor em questão encontrava-se presente na sessão e fechou-a com um espectáculo ao vivo de animação de areia. Um momento que rendeu na totalidade todos os presentes no São Jorge. A oportunidade de ver trabalhar e nos deixarmos encantar ao vivo por Ferenc Cakó foi sem dúvida o Ex-Libris desta sessão de abertura e um que perdurará na nossa memória até ao fim dos tempos.



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