#AGC ALT-J 006

Alt-J @ Campo Pequeno (17.11.2022)

De Leeds até Lisboa em Alta rotação desconcertantes os Alt-J provaram que o indie também dança.

,

Após um concerto em Portugal, no início do Verão, em que dividiram as hostes de serem a banda pós furacão Florence Welch, em que não se amedrontaram e cativaram ainda mais adeptos, a banda regressou e deu um concerto em nome próprio.

O palco escolhido foi o Campo Pequeno para apresentar o álbum “U&ME” e que mostrou uma boa camada de ouvintes acérrimos que provaram que o indie ainda consegue levar muita gente aos seus concertos.

O início fez-se ao som de «Hey Boy, Hey Girl» dos The Chemical Brothers, antes de se atirarem a «Bane», também ela música inicial deste novo disco, tenta recriar a confissão e lamentação em vendermos a nossa alma a outros e em vários aspectos da nossa vida, como a violência na nossa adolescência e na sede de vingança.

Antes de «Every Other Freckle», um tímido “Hi Lisbon!” com direito aos ritmos envolventes da banda, como se tratasse de um filme de ação, a toda a velocidade.

O primeiro frenesim do público deu-se na incrível «In Cold Blood» que motivou os primeiros saltos e o acompanhamento em coro do público, num ritmo desconcertante e característico da banda.

Num português perfeito e bem fluido, Gus Unger-Hamilton, o homem dos teclados, apresenta-nos «Deadcrush», o single retirado de “Relaxer” (assim como «In Cold Blood») que nos fala da história dos amores da banda por mulheres históricas.

«Tesselate» e especialmente «U&ME» desfilam com grande intensidade e com um sabor intenso através de danças quase exóticas. Após este desfile exótico, o vocalista Joe Newman dirige-se pela primeira vez ao público com “Lisbon, if you know this song. Please sing with us”, antes de se atirar ao single «Matilda» que nos fala de uma personagem interpretada por Natalie Portman, no filme “Léon: The Professional” em que a mesma vê a sua família assassinada e a expressão “This is from Mathilda” é dita no clímax do próprio filme.

«Chicago» e «Montreal» duas músicas do novo álbum e que nos mostram um ritmo regular e constante ao longo da sua duração, mas é em «Something Good» que o público se liberta no momento espirituoso e de guitarras folk que agitam as massas.

Se a banda tivesse um hino, talvez fosse «Taro» a escolhida, cantada em uníssono e pela primeira vez o público português tem a oportunidade de ecoar o refrão por toda a sala. Até ao encore «Dissolve Me» e «Fritzpleasure» lembradas pela banda como os seus primórdios e que “An Awesome Wave” fez 10 anos e que muita coisa mudou desde o prémio Mercury Prize que os próprios não acreditam.

«Left Hand Free», «Hard Drive Gold» e «Breezblocks» trio de músicas desconcertantes, explosivas e que elevaram a festa para outro patamar, permitiram à banda e ao público tirar as amarras e explodir em clima de festa.

Os Alt-J revelaram uma enorme capacidade de entreter o público e nos momentos certos dar rebuçados ao público até cair para o lado com tanto açúcar. A banda tem componentes alternativas, mas é nos ritmos de dança desconcertantes que o trio se distancia dos restantes.



There are no comments

Add yours

Pin It on Pinterest

Share This