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Cinzas e Sangue

A estreia "sombria" de Fanny Ardant na realização.

“Cinzas e Sangue” é o primeiro filme da actriz Fanny Ardant, enquanto realizadora, num registo negro e sombrio, no seio de um drama familiar, marcado por um fatalismo inexorável, com a produção de Paulo Branco, que marcou presença no Festival de Cannes.

Judith (Ronit Elkabetz), vive no exilio com os seus três filhos, depois da morte trágica do seu marido. O regresso à terra natal ocorre dez anos depois, por ocasião da celebração do casamento de uma prima. Envolta em secretismo, é a vida de Judith e seu regresso, que marcam a história deste filme.

Nesta abordagem cinematográfica, a realizadora premeia um crescente da acção, que culmina em fatalidades sucessivas, ao mesmo tempo que desvenda personagens marcadamente nobres e honradas, mas de algum modo sombrias e susceptiveis ao designios das relações do sangue.

Aliás, poder-se-à dizer que o sangue, será neste filme igualmente uma personagem, percorrendo todo o filme de forma omnipresente, que compromete a conduta humana naquilo que se chama o destino ao qual, tenta-se, mas não se pode fugir. E é na personagem central absolutamente trágica de Judith, que mais se sente o pulsar desta ideia do sangue. No meio de vendettas e querelas entre familias (qual Capuleto vs Montecchio), as personagens deambulam ao sabor da herança do sangue e dos laços familiares, e, ainda que sejam confrontados com os mesmos, seguem-nos sem hesitação alguma, movidos, quiçá, por orgulho.
Desempenho notável, da actriz Ronit Elkabetz, que interpreta uma mulher corajosa, apesar de trágica e com um destino marcadamente fatalista.

Nesta estreia de Fanny Ardant, a realizadora brinda-nos com um drama extremamente complexo e intimista, marcado por um ambiente sombrio e frio, com prenúncios de morte, não fosse o titulo do filme “Cinzas e Sangue”…



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