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O GRANDE KILAPY DE ZÉZÉ GAMBOA

Filmagens no Maxime.

“O Grande Kilapy” trata-se da próxima longa-metragem do realizador angolano Zézé Gamboa e encontra-se em rodagem desde o dia 24 de Julho. Trata-se de um filme de época que se desenrola nas décadas de 60 e 70, em que é retratado o período colonial. É protagonizado pelo prestigiado actor brasileiro Lázaro Ramos (“Madame Satã”, “Carandiru”, “O Homem que copiava”). É a história de um bom malandro angolano durante o período colonial, é uma adaptação livre de acontecimentos e personagens reais. Zézé Gamboa obteve um grande sucesso com o seu primeiro filme “O Herói”, vencedor da Competição Internacional de Sundance 2005 e que conta com um Palmarés de mais de 25 Prémios Internacionais.

Foi a primeira vez que assisti às filmagens de um filme. No início do primeiro dia  observo toda a azáfama dos bastidores e estou encantada, realmente é um privilégio para quem é apaixonado por cinema estar presente neste ambiente. As repetições de cena sucedem-se. Numa das cenas no Cabaret Tamar em Luanda: Militares portugueses divertem-se e um deles apresenta uma rapariga africana como se fosse um troféu. No dia seguinte participam na cena Joãozinho (Lázaro Ramos), Pedro (Pedro Hossi), melhor amigo de Joãozinho, e Raul (João Lagarto), polícia da Pide.

Anos 60, recriados com o décor vintage e as cores quentes do Maxime criam um ambiente decadentemente apelativo – Sinto o cheiro de Luanda ao som de música africana, apesar de nunca lá ter estado. A cena é repetida continuamente até chegar há perfeição possível, mas eu não me canso de ver representação de boa qualidade ao vivo e a cores. Apesar de a técnica envolvida retirar um pouco da sua magia, quando sou apenas uma espectadora. Esta experiência traz-me outro sabor, outra perspectiva da mesma forma especial e única porque sou eu que estou ali, naquele momento a absorver a arte e a enriquecer a minha visão artística.

Lázaro Ramos de camisa amarela, charuto na mão veste como uma luva o papel de playboy, uma personagem tipo masculina que existe e continua a existir ao longo dos tempos, tanto no real como no ficcional. Sendo que a figura de Joãozinho foi inspirada numa pessoa real.

A mesma cena é filmada de ângulos diferentes. Nas pausas fala-se, fuma-se, bebe-se, vagueia-se pelo espaço cheio de história do Cabaret Maxime, faz-se ajustes técnicos e até reclama-se. “Fui convidado pelo realizador Zézé Gamboa e achei interessante, já tinha interpretado um PIDE na comédia “A Vida É Bela?!”, diz o actor João Lagarto.

Últimos retoques de maquilhagem, ouve-se 1, 2, 3 Acção: Diálogo pouco amistoso entre Raul e Joãozinho. “Acção”, a palavra chave para mais uma vez se dar início à magia da 7ª arte, sente-se um misto de se estar misturado com a época em que se vive a cena, a sua acção e ao mesmo tempo sabemos que estamos de fora apesar de estarmos a dois passos donde tudo se passa.

As filmagens do filme “O Grande Kilapy” em Lisboa estão previstas continuarem até ao final do mês de Setembro, depois seguirão para o Brasil e Angola. A data de lançamento está prevista para Outubro de 2011, após estreia em festival internacional. É uma produção da David & Golias em co-produção com Gamboa & Gamboa (Angola) e Raiz Produções (Brasil).



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