Porto/Post/Doc 2025 convida a viajar pelo cinema
Festival regressa de 20 a 29 de Novembro com o ciclo “O Tempo de Uma Viagem”
A cidade do Porto prepara-se para mais uma edição do Porto/Post/Doc, que decorre de 20 a 29 de Novembro de 2025. Dedicado ao cinema documental e à reflexão sobre o mundo contemporâneo, o festival regressa com uma programação temática centrada na ideia de movimento e deslocação, sob o mote “O Tempo de Uma Viagem”. Mais do que um simples tema, trata-se de um convite ao pensamento, à escuta e ao reconhecimento do outro, numa altura em que viajar, para muitos, continua a ser uma necessidade, uma fuga ou uma luta.
Este novo ciclo insere-se no programa mais alargado “O Movimento dos Povos”, iniciado em 2024 com “A Europa Não Existe, Eu Estive Lá” e que será concluído em 2026 com “O País dos Outros”. Em 2025, o foco recai sobre a viagem como condição fundadora da experiência humana, trazendo para o centro do debate questões como o exílio, o nomadismo, a migração forçada e os limites da liberdade. Através do cinema, o Porto/Post/Doc propõe um espaço de encontro e confronto entre geografias, temporalidades e experiências de vida.
A selecção de filmes do ciclo apresenta cinco obras marcantes que cruzam histórias e territórios distintos, mas com um denominador comum: o movimento enquanto forma de sobrevivência e resistência. Em “Comboios”, Maciej Drygas utiliza imagens de arquivo para mostrar o papel ambíguo dos caminhos-de-ferro na história europeia, entre o progresso e o terror. Em “O Viajante da Meia-Noite”, o realizador afegão Hassan Fazili documenta, com a ajuda da própria família, a fuga da guerra através da câmara de um telemóvel. “YOL – Licença Precária” recupera uma obra censurada durante anos, escrita por Yılmaz Güney e filmada por Şerif Gören, retratando presos políticos em saída precária durante o regime militar turco.
Já “Nómada: Seguindo os Passos de Bruce Chatwin”, de Werner Herzog, é uma homenagem poética à amizade e ao nomadismo, acompanhando o realizador numa viagem pelos trilhos do célebre escritor britânico. Por fim, “Rua do Deserto, 143”, de Hassen Ferhani, leva-nos até ao coração do deserto argelino, onde Malika, solitária e hospitaleira, recebe viajantes que partilham histórias de vida num espaço suspenso entre o presente e a memória.
Ao longo destes dias, o Porto/Post/Doc propõe uma inversão do olhar: não pensar a viagem como exceção, mas como regra. O festival sublinha a importância do cinema como ferramenta de escuta e diálogo, num tempo em que a mobilidade é celebrada por uns e negada a tantos outros. O Fórum do Real e outras actividades paralelas garantirão o aprofundamento das questões levantadas pelos filmes, em conversas com realizadores, investigadores e público.
Mais do que um festival de cinema, o Porto/Post/Doc volta a afirmar-se como um espaço de pensamento crítico e partilha, em que o acto de partir é olhado como algo estrutural, vital e transformador. Em 2025, a viagem é para todos – no ecrã, na cidade e no pensamento.
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