La Stoffa dei Sogni

“LA STOFFA DEI SOGNI”

Agarre-se bem, porque a tempestade de William Shakespeare é capaz de tudo.

Uma forte tempestade faz com que Santa Lúcia, o barco que levava quatro criminosos e uma companhia de teatro, naufrague junto à costa de uma ilha-prisão no meio do Mediterrâneo. Contentes por terem sobrevivido ao naufrágio, os atores de teatro festejam o facto de estarem vivos e decidem ir procurar uma forma de sair da ilha, o que eles não estavam à espera é de encontrar três dos quatro criminosos, que ameaçam matar a mulher do diretor da companhia de teatro, Maria Campese (Teresa Saponangelo), caso o diretor, Oreste Campese (Sergio Rubini) não os ajude a sair da ilha.

Com medo, Oreste aceita de imediato o que lhe pedem e, depois de se juntarem à companhia de teatro, apresentam-se todos às autoridades da ilha, como sendo um grupo de teatro ambulante, honesto e que apenas foi atingido pela tempestade. No entanto, após ter sido encontrado o corpo do capitão, já sem vida, o alerta, de que os criminosos estariam a vaguear pela ilha, estava dado e com o aparecimento dos atores de teatro a desconfiança foi ainda maior.

Isto podia ter sido uma tarefa fácil, não fossem os guardas suspeitar de todos aqueles que estavam naquela ilha sem permissão.

La Stoffa dei Sogni (The Stuff of Dreams), realizado por Gianfranco Cabiddu, conta com um forte elenco, tal como Sergio Rubini, Ennio Fantastichini, Alba Gaïa Kraghede Bellugi e Renato Carpentieri.

Este é um filme inspirado livremente na ‘Arte da Comédia’ de Eduardo de Filippo e é, sem dúvida, a surpresa da 10ª Festa do Cinema Italiano. Se até aqui já tinha curiosidade em vê-lo, o facto de ser uma tradução de ‘A Tempestade’, de William Shakespeare, ainda aumentou mais o interesse.

La Stoffa dei Sogni

La Stoffa dei Sogni

Com um argumento muito original, La Stoffa dei Sogni, explica como é que através do teatro existe uma subliminar verdade, na qual a ficção e realidade são mistura na mesma cena.

Um verdadeiro conto surpreendente que está pronto para falar sobre o teatro da vida, entre os ricos e os subtis, entre a verdade e a mentira, entre o amor e o ódio, bem como a falsidade e a veracidade. A confiança é sempre algo que está a ser posto à prova, o que é interessante, porque apesar de haver muito mais desconfiança entre a companhia de teatro e o governador da ilha, acaba por mostrar uma aprendizagem de vida ao longo de todo o filme.

É interessante ver como a esta Arte da Comédia consegue transparecer perfeitamente a ironia de certas cenas, nas quais o humor é garantido.

É através da magia da fotografia de Vincenzo Carpineta, junto com a música de Franco Piersanti, que se pode ver o prazer que é fazer teatro dentro do cinema, e que o gosto de ouvir e contar histórias nunca se perde.

 



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