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Pavement @ Brixton Academy

Na Brixton “academia” apareceu, brilhando, Malkmus e companhia.

Os Pavement apresentaram-se, a 13 de Maio, na Brixton Academy, no que seria o último de uma série de três concertos, promovidos neste regresso aos palcos, onze anos depois de terem terminado a sua carreira.

Antes de falar do concerto, contudo, tenho que fazer uma nota de disclaimer. Adoro os Pavement. Sempre adorei os Pavement desde que ouvi o «crooked rain, crooked rain» pela primeira vez e, dentro da raça de legião de Pavement, coloco-me nos sonhadores que preferem o pouco convencional “woowee Zoowee” em toda a discografia da banda. Faço parte da legião que corria as estantes de lojas de disco desesperado em busca de originais de Pavement antes da amazon os deixar ao meu alcance com quatro toques de rato, e portanto, a ideia de ir a Londres vê-los tocar no seu regresso em casa de fama como a Brixton Academy foi por si suficiente para me deixar nervoso com a ideia de desilusão que pairava como espada de Dâmocles.

Contudo, foi tudo menos isso o que se passou naquela sala que, em prova de fidelidade, teve que suportar uma sofrível primeira parte dos Broken Social Scene (sofrível ao ponto de receber um par de linhas de sarcasmo de Steven Malkmus durante o concerto).

A sala, que se encontrava cheia de uma juventude slacker hoje com trinta anos e cavidades capilares espalhadas pela sala, teve direito a quase duas horas de concerto, sem novidades de alinhamento, numa viagem pelos vários álbuns e passando por quase todas as princípais músicas («Grounded» para começar o concerto, «Gold Soundz», «Silence Kit», «Stop Breathin», «Newark Wilder», «Stereo», «Spit on a Stranger», «Fight this Generation» e um momento especialmente sentido pelo público em «Range Life»), revelando no palco em atitude o que transparece das suas músicas, uma tensão entre Malkmus e a restante banda que se converte em bizarro equilíbrio de quem não se preocupa realmente com nada. um enorme (gigante!) Bob Nastonovich de fazer inveja a muitas bandas actuais e uma fluidez mais que aceitável no que é, afinal, um regresso após tão grande pausa.

Se houve erros? Certamente, mas houve igualmente transições fantásticas, twists e momentos de Malkmus completamente alheio em palco enquanto a banda mantinha músicas que, por si, parecem ter sido criadas num estranho equilíbrio entre o “flexível” e a total falta de estrutura. Assistir a um concerto dos Pavement hoje em dia, é certamente um prazer reservado aos verdadeiros seguidores da banda, que admiram o charme de uma música fluída à beira da desintegração, mas no fundo, não podiam ser os Pavement se não fossem assim. E quanto aos seguidores, uma banda que sempre ficou longe de recordes de venda, foi, de dez a treze de Maio, capaz de encher a Brixton Academy sucessivamente. Com razão, diria eu.



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