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Iconoclasts

“Mt. Erikson” nasce como o resultado de três anos de trabalho, criação, estrada e muita composição. A Rua de Baixo quis saber tudo sobre os Iconoclasts, a sua música e as pessoas por detrás deste sexteto.

No rescaldo do sucesso no festival Termómetro 2011, os Iconoclasts sentem-se prontos a expor-se ao mundo com um primeiro álbum oficial. “Mt. Erikson” nasce portanto como o resultado de três anos de trabalho, criação, estrada e muita composição. Mas, como é normal na era actual, três anos são uma eternidade. Se de facto em 2008 os Iconoclasts eram dois, três primaveras volvidas obrigaram a banda se mudar-se para uma “casa” (ou estúdio) maior para albergar os seis elementos que hoje compõem o grupo. A Rua de Baixo quis saber tudo sobre os Iconoclasts, a sua música e as pessoas por detrás deste sexteto.

Os Iconoclasts

A banda é composta por Diogo Carneiro (Voz), Pipa Marinho (Voz), Pedro Coelho (Baixo), Vitor Azevedo (Guitarra), Sérgio Dinis (Guitarra), Ricardo Ramos (Bateria).

Breve historial da banda, desde as raízes em duo, até ao sexteto. Musicalmente falando, qual era o projecto inicial, e porque foram escolhidos os elementos que se juntaram?

Musicalmente o Vitor e Sérgio, quando decidiram formar a banda, não tinham em mente fazer um tipo de música específico. Apenas se regeram pelas influências que tinham em comum, que reuniam muito bandas alternativas de anos 90 como Pavement. As restantes pessoas foram escolhidas num sistema de audições e cada uma delas entrou na banda porque se pensou que teria algo de único a acrescentar.

O álbum Mt. Erikson inspira-se em “a adolescência e os erros nela cometidos”. Quanto de autobiográfico existe nos textos de “Mt. Erikson”? Gostariam de partilhar algum exemplo concreto com o vosso público e fãs?

Tudo aquilo de que o álbum fala é autobiográfico. Tanto em experiências como em valores. Por exemplo, na «Tower Of Glass» o Diogo é bastante explícito a contar memórias de infância, com frases como “I was in the backyard playing when my dad told me grandpa was dead. I don’t think I even turned my head[…] I was five, what did he expect?”

O que imaginam hoje os Iconoclasts que possa ser o grande pilar inspirador criativo de um seu 5º LP em 2021?

Toda a música que ouviremos até lá e a experiência de vida que cada um coleccione, serão com certeza as principais inspirações.

Acham que estes são grandes ou difíceis tempos para se fazer música em Portugal?

Vivemos grandes tempos na música portuguesa. Há cada vez mais bandas e cada vez melhor música a ser feita cá dentro.

Infelizmente também devemos estar a viver um dos tempos mais complicados. Qualquer arte em Portugal, neste momento, está meio deixada aos lobos. Em crise, a cultura é sempre um pouco abandonada. E há pouco investimento em bandas e na promoção da música, concertos, etc…

Apesar da produção sonora realizada com as ferramentas e técnicas de hoje, a sonoridade dos Iconoclasts transporta-nos para um ambiente musical retro fins de 70s e 80s, em particular nas vozes e synths. É voluntária essa orientação estilística ou é mais um resultado casual fruto do processo momentâneo da composição?

Na banda somos, uns mais do que outros, apaixonados pelo som bonito de instrumentos antes da era digital. O Sérgio, por exemplo, é grande entusiasta de synths e pedais analógicos.

No Golden Pony Studios tivemos a oportunidade de usar guitarras, teclados e micros com essas características. Peças antigas que trazem uma sonoridade única e suja, no bom sentido. Não é nossa intenção fazer parecer a nossa música vinda de décadas anteriores, mas gostamos muito de brincar com essas paisagens sonoras.

Tenho quase a certeza que se não fosse raro e caro, escolheríamos muitas vezes gravar para fita.

Geralmente o que nasce primeiro? Letra ou música?

Até agora tem sido o instrumental a surgir primeiro. E depois surgem as letras e vocalizações. Mas já contemplámos que seria interessante alterar um pouco o processo. Vamos ver como corre com as novas composições.

E como são desenvolvidas as composições dos temas, para além da primeira ideia inicial? Muita interacção ou, partindo de uma estrutura convencionada, cada instrumento “junta a sua parte”?

Geralmente é uma ideia que surge na sala de ensaios. Pode surgir de um jam ou alguém começar a tocar um riff que os outros seguem. Também acontece muito ser um elemento a trazer a sua ideia para a sala e a partir daí é construída a estrutura e mais partes do tema. Por vezes começa com uma pessoa mas é sempre trabalhado em grupo.

Qual o momento ou acontecimento enquanto Iconoclasts que maior alegria vos trouxe?

Houve vários momentos com que todos concordamos que foram importantes. Costumamos recordar o concerto no Bacalhoeiro, que foi dos mais cativantes que já tivemos.

Ter vencido o Termómetro foi um momento feliz que nos trouxe orgulho. Embora não usemos essa vitória como escudo.

O vosso maior sonho para e com os Iconoclasts?

Poder continuar a tocar. Ter quem nos queira ouvir e poder continuar a contribuir, o que quer que seja, para a música.



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