Pagão estreia-se com crítica afiada
«Queimar a Bandeira» é o primeiro avanço do disco que chega na Primavera
Sebastião Pinto, conhecido pelas múltiplas identidades artísticas, dá agora corpo a Pagão, o seu novo alter ego musical. «Queimar a Bandeira» é a primeira amostra do álbum de estreia que chegará ainda nesta Primavera, com produção a cargo de Bejaflor e Rodrigo Castaño.
Mais do que uma simples canção, «Queimar a Bandeira» afirma-se como um manifesto político e emocional. Nas palavras do próprio autor, a faixa nasceu na mesma fase criativa de «Tou Crazy» e traz consigo o impulso de questionar fronteiras — físicas, simbólicas e ideológicas. A composição assume uma urgência crua, conduzida pela guitarra expressiva de Bernardo Bertrand (parceiro de longa data de Sebastião e presença frequente nos projetos Meia de Leite e Menino da Mãe), pelo baixo encorpado de Rodrigo Castaño e por uma bateria gravada por Diogo Sousa no Musicbox, ainda em plena pandemia.
Sebastião Pinto é também o fundador da Extended Records, DJ sob o nome Lieben e técnico de luz de vários espetáculos, construindo uma carreira transversal às artes performativas e sonoras. Com Pagão, parece querer condensar todas essas vivências num projeto que rejeita rótulos e onde a experimentação convive com a crítica social.
«Queimar a Bandeira» não é apenas um título provocador: é um convite direto à reflexão sobre identidade, pertença e responsabilidade num mundo que, como refere o artista, “é de todes”. A canção faz da linguagem pop um veículo de resistência, questionamento e emancipação. É uma estreia forte, com intenções claras e pulsão emocional. O álbum que se segue promete continuar essa linha de confronto e celebração.
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