Alabaster DePlume e seus instrumentos na Galeria Zé dos Bois.
“A ideia de música como diálogo contínuo habita na pele com Alabaster DePlume. Natural de Manchester, de uma família de esquerda, Angus Fairbairn cresceu com a ideia de comunidade, empatia e partilha à sua volta. Passou anos a criar um caminho, um burburinho crescente para quem vivia a vida de Manchester e, depois, de Londres, onde começou a actuar com regularidade no Total Refreshment Centre. O nome Alabaster DePlume tem duas necessidades, a de criar uma persona com nome de artista, para sair da sua casca, sentir-se mais à-vontade e ser mais atraente para quem está do outro lado; e de gozar com a própria ideia disso, o DePlume é o toque que dá essa garantia. Vê-se por aqui que revela humor, presença cativa no trabalho de DePlume, pelo encaixe leve que se entranha para lá de uma ideia de espiritualidade. Passará no próximo dia 29 pela Galeria Zé dos Bois ao abrigo de mais um número do Super Ballet.
Essa combinação, do humor e espiritualidade, serviu-lhe na perfeição quando deu o salto para a International Anthem com «To Cy & Lee: Instrumentals Vol. 1» em 2020, disco que saiu semanas antes do mundo ocidental fechar. «To Cy & Lee: Instrumentals Vol. 1» cresceu durante os meses seguintes e foi ganhando uma audiência, quem o ouvia ia descobrindo um álbum que dialogava consigo, que tranquilizava e que, lá está, oferecia uma calma através da forma mais pura de um “jazz espiritual” com a certeza do humor enquanto algo que provoca sorrisos.
Foi o ponto de partida para Alabaster DePlume chegar a um público alargado, que ficou a conhecê-lo – nos anos seguintes – e como era vê-lo ao vivo, em constante diálogo directo e indirecto com a audiência. Essa faz parte do espectáculo, da celebração, como algo que consolida as ideias de comunidade e harmonia que convivem no que compõem, que tanto soa a jazz, como ambient ou folk, dependendo dos dias ou de como se interpreta o que Alabaster diz. »To Cy & Lee» fechou uma espécie de ciclo, outro inaugurou-se com «Gold – Go Forward In The Courage Of Your Love» (2022) e continuou, já neste ano, com «Come With Fierce Love». A ideia de comunidade prolonga-se para ideias colaborativas e de integração de como os músicos devem entrar e participar nesta comuna. Respira-se uma atitude livre e, sobretudo, aquilo que se disse ao início, o diálogo contínuo. É música que os músicos falam, com eles, dentro deles, e entre eles, e connosco. E nós, por estarmos cá deste lado, também participamos neste som de paz eloquente, liberto do presente, preocupado em apenas existir, partilhar e sussurrar o que mais ninguém está à-vontade para nos dizer.”
Os bilhetes para o concerto pode ser adquiridos na BOL.
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