Joss Stone | “The Soul Sessions – Vol. 2”
Não basta ser competente
Quase dez anos depois, a pergunta tem de ser colocada. Terá Joss Stone correspondido a todo o potencial mostrado em “The Soul Sessions – Vol. 1”, na altura com dezasseis primaveras? Depois de assentarmos os ouvidos no recente “The Soul Sessions – Vol. 2”, uma espécie de regresso ao epicentro da fama, somos levados a crer que (ainda) não.
É certo que os temas são tocados com um profissionalismo que só assenta bem a músicos veteranos, mas a fórmula escolhida não será de todo a mais original ou criativa. Ao invés de procurar na atmosfera dos clássicos uma fonte de inspiração para uma irreverência que transpire novidade, Joss Stone transforma tudo num R&B que, de tão pensado e produzido, parece seguir uma minuta onde não há espaço para o nascimento da diferença.
Da lista dos temas escolhidos há versões de clássicos como «(For God`s Sake) Give More Power To The People», dos Chi Lites e «While You`re Out Looking For Sugar», das Honey Cone, que ficam bem distantes da mística dos originais. Há também uma recriação do recente «The High Road», dos The Shins, que nunca chega verdadeiramente a entusiasmar – algo que, no primeiro tomo, havia acontecido com a aventura à volta de «Fell In Love With a Girl» dos The White Stripes.
Não há dúvida de que a menina Joss Stone continua a ser dona de uma voz poderosa, e que é bastante competente naquilo que faz. Porém, nesta fase do campeonato, deveria estar a fazer pontaria a algo mais elevado. É que não basta ser competente. Há também que saber – e acima de tudo querer – jogar no risco.
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