Sociedades Secretas e Teorias da Conspiração

Mais do mesmo

Os livros sobre ocultismo, sociedades secretas e teorias da conspiração abundam, particularmente porque estes três vórtices acabam, em última análise, por ser apenas diferentes perspectivas dum só tema. Assuntos como os Illuminati ou a Maçonaria tanto podem ser discutidos no âmbito do ocultismo, como no das sociedades secretas ou das teorias da conspiração.

Não obstante a grande oferta de livros sobre o tema, a realidade é que, a esmagadora maioria são escritos de forma bastante pueril, e com marcada falta de habilidade para as letras, o que resulta, não só numa descredibilização do autor, como do próprio assunto em causa. Convenhamos que, o típico leitor deste tipo de livros estará mais interessado em aprofundar o conhecimento que possa ter sobre conspirações, sociedades secretas ou ocultismo, fundamentado ou não, do que em ver derrubadas as teorias que sustentam mitos como o da Opus-Dei.

O principal problema de “Sociedades Secretas e Teorias da Conspiração” reside sobretudo aí, no pouco espaço físico, e também mental, disponível, que, numa tentativa de isenção, tende a, displicentemente, descartar questões como a influência exercida pela Maçonaria nos poderes vigentes dos vários países ocidentais. Assunto esse que, independentemente da sua veracidade, tem sido debatido há várias décadas, e não é raro vê-lo surgir nos noticiários generalistas portuguesas, o que indica que merece pelo menos ser discutido.

Dessa forma, não só não é sugerida uma negação sustentada da visão ocultista de assuntos como Os Sábios de Sião ou Os Rosa-Cruzes, mas também não é facultada uma perspectiva aprofundada daquilo que poderia tornar mais sumarento o assunto: a teia secreta que cruza todas estas pontas.

Como agravante adicional, a Máfia, o homicídio de Kennedy, Aleister Crowley ou a Inquisição são todos amarfanhados num livro só, que de fio condutor nada tem, e que, ao não alinhar nem com a visão pró-conspiração nem com a visão anti-conspiração, acaba por ficar em terra de ninguém, onde o que poderá talvez criar uma mais valia, seja as ilustrações.