Tell a Story

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Literatura em viagem

Os lisboetas já a reconhecem, mas a “Carrinha da Literatura”, um ano depois de ter iniciado a sua jornada, não deixa de surpreender. De acordo com um dos donos deste projeto literário, Francisco Antolim, “são ainda muitos os turistas que se aproximam, intrigados”, para saberem mais acerca desta livraria sobre rodas.

“São aqueles dos livros traduzidos”, é um dos comentários que melhor caracteriza Francisco e Domingos, os dois heróis desta história cujo enredo se vai adensando. No verão de 2013 o objetivo era levar literatura portuguesa, traduzida em inglês, francês, espanhol e alemão, aos turistas de Lisboa. Mas, agora, o Tell a Story (uma Renault Estafette de 1975), mais que uma livraria, tornou-se também uma editora ambulante, já com três projetos a caminho. Jesus Cristo Bebia Cerveja (traduzido para Jesus Christ Drank Beer), de Afonso Cruz, que foi apresentado dia 11 na Feira do Livro, um livro de poemas escritos, em inglês, por Fernando Pessoa (um deles inédito), e uma nova edição do Livro do Desassossego (Disquiet Lisbon), com a curadoria de Jerónimo Pizzarro.

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Depois do sucesso do ano passado, Francisco sublinha que “este não é suposto ser um projeto sazonal”. Lisboa é uma cidade movimentada durante todo o ano e, apesar da dificuldade que a chuva possa representar, o “estrangeiro de outono e de inverno, desde que seja curioso, também faz parte do target”, adianta.

O Príncipe Real foi o local que mais ficou associado à carrinha, quer pelo público, quer pela imprensa. “É um sítio com uma energia muito própria e, curiosamente, onde melhor se vende”. Ainda que não saiba explicar bem porquê, Francisco acredita que haja algo de místico naquele sítio – “aparecem imensos turistas que, nem sempre compram, é certo, mas deixam-se ficar, por vezes horas, à conversa connosco, ou simplesmente a ler”.

A verdade é que o projeto já faz parte da cidade. O inverno é difícil e as negociações com a Câmara para que a carrinha possa chegar a outros espaços, como a Rua Augusta ou perto do Castelo, vão lentas. Apesar disso, os protagonistas desta história mostram-se otimistas e garantem que a livraria continuará a circular, e com novos conteúdos.



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