The Legend of Zelda: Twilight Princess HD | Análise
Mais do que uma simples bomba de nostalgia.
O enorme sucesso gerado pela remasterização de The Legend of Zelda: The Wind Waker para a Wii U deixou uma pergunta no ar. Além do “Quando é que finalmente lançam uma nova entrada na série”, claro, penso que não fiquei sozinho ao querer saber se a Nintendo se iria ficar apenas por aí. Através de uma Nintendo Direct, no dia 12 de Novembro do ano passado, a Nintendo mostrou que não. Além de, finalmente, terem revelado novas imagens do novo jogo da série, a empresa nipónica anunciou também o lançamento da versão HD de nada mais, nada menos, do que The Legend of Zelda: Twilight Princess para a Wii U. É já no dia quatro de Março que um dos títulos mais aclamados de toda a série The Legend of Zelda e também uma das mais premiadas irá receber a sua versão definitiva.
Quando joguei a versão deste título para a Wii apesar da fantástica história, volta e meia dava por mim a pensar no quão glorioso seria jogar Twilight Princess em HD. Dez anos separam o lançamento da versão original desta remasterização. Quero com isto dizer que a Nintendo demorou 10 anos a responder às minhas preces (e certamente as de muitos outros fãs) mas foi ainda de braços bem abertos que recebi a oportunidade de analisar a versão HD deste fantástico jogo. Longe estão os humildes 480p, venham de lá esses 1080p!
Olhar para a minha cara-metade e reparar que estava de lágrimas nos olhos enquanto decorria a tão nostálgica introdução de Twilight Princess – com Link a atravessar as planícies de Hyrule a galope na sempre fiel Epona – foi mais de meio caminho andado para perceber que estava perante um trabalho bem feito. Mas mesmo assim fiquei de pé atrás. Será que estava apenas perante uma enorme bomba de nostalgia? O regresso de um impressionante título mas de cara lavada e nada mais?
Que ideia. Longe, muito longe disso. Quaisquer dúvidas que tivesse dissiparam-se assim que comecei (mais uma vez) esta aventura de Link, à qual vou dar um breve contexto para quem a conhece. Centenas de anos após os eventos de Ocarina of Time e Majora’s Mask, nos arredores de Hyrule, o jovem agricultor Link recebe a missão de entregar uma importante oferenda à família real. No entanto, a invasão de perigosos monstros na floresta onde se encontra a sua aldeia e o consequente rapto dos seus amigos desviaram as atenções do nosso herói. Ao perseguir os monstros, Link deu por si no Twilight Realm, um mundo obscuro onde foi amaldiçoado e transformado em Lobo. Ao conhecer Midna, um misterioso espírito das sombras, Link fica a saber que um poderoso feiticeiro chamado Zant lançou uma maldição que encobriu a terra de Hyrule numa perpétua penumbra. O tempo urge e só um herói poderá acabar com os planos de Zant. Escusado será dizer quem foi que os deuses escolheram para o fazer, certo?
Era esta a premissa de Twilight Princess em 2006 e o mesmo acontece neste ano de 2016. A história continua a mesma mas não quer isto dizer que não traga consigo algumas novidades ou afinações. Por exemplo, o número de Tears of Light que vamos precisar de recolher em certos momentos da história foram reduzidos de 16 para 12. Além disso, como já tinha mencionado, a transição dos 480p para os 1080p é notória em todos os aspectos. Desde os mais diversos cenários às personagens e monstros que neles transitam, esta remasterização traduz-se num maior e bem mais impressionante grau de detalhe. Se já era impressionante atravessar e combater na ponte de Eldin, imaginem como será em HD. E o mesmo digo para todos os momentos marcantes da história, sobre os quais não vou falar para não correr o risco de estragar a experiência dos recém-chegados. Mas… se me permitem proferir apenas uma palavra: Ganondorf! Pronto não digo mais nada a não ser que visualmente é como se estivesse a jogar a uma nova entrada na série The Legend of Zelda.
O facto desta nova versão de Twilight Princess tirar total proveito das capacidades do GamePad é também em parte responsável para que esse sentimento se instale sobre o jogador. Com os menus de inventário, inteligentemente colocados no ecrã táctil do comando da Wii U, a consulta dos mapas do jogo é bem mais intuitiva. Desta forma, já não precisamos de pausar o jogo para o fazer e o mesmo acontece quando precisarmos de gerir o vasto leque de armas e acessórios de Link que podem ser mapeados num máximo de três botões do comando: X, Y e R. Mas também em combate são aproveitadas as capacidades do comando ao precisarmos de apontar com o comando para podermos, por exemplo, disparar o nosso arco, a fisga ou o Gale Boomerang. O comando pode até ser utilizado para jogar remotamente e para efectuar publicações nos Miiverse. Há também carimbos escondidos por toda a Hyrule, alguns até em dungeons. E mais tarde com um simples toque poderemos alternar entre a forma humana de Link e a de Lobo.
Combater com Link, seja na forma humana ou em lobo continua a ser igualmente simples e divertido. Combater as várias criaturas do jogo nunca cai no aborrecimento. Revisitar as várias dungeons do jogo continua a ser emocionante, culminando na tradicional Boss Fight, e é bom reparar que caso Link encontre Rupees num baú de tesouro e a nossa carteira estiver cheia nesse momento, estas já não serão devolvidas ao baú. Será também agora mais difícil para os jogadores atingirem a capacidade limite das suas carteiras uma vez que esta foi aumentada de forma a podermos guardar mais Rupees. Além disso, os jogadores irão também poder encontrar um novo item. Trata-se da Ghost Lantern que ajudará Link na missão Poe Soul. Quando o Link segura a Ghost Lantern, esta iluminar-se-á se for detetado algum Poe na área onde se encontra.
Os mais esquecidos, ou seja a malta que já não se lembra de como se resolve a grande maioria dos puzzles do jogo, sem contar claro com os novos jogadores, vão encontrar bons desafios nesta aventura mas… e os veteranos? Claro que a Nintendo não se esqueceu deles e é por isso que, tal como na remasterização de Wind Waker, logo de início está desbloqueado o grau de dificuldade Hero. Aqui, os veteranos ou até mesmo os novos jogadores em busca de um desafio verão as suas capacidades testadas até ao limite. Neste modo, Link sofrerá o dobro dos danos sem que seja possível o tradicional reabastecer de corações. Para dificultar ainda mais as coisas, o mundo do jogo será espelhado, invertendo-se assim o design das dungeons. Para os que procuram o derradeiro desafio, encostem o amiibo de Ganondorf ao GamePad durante o Hero Mode para que Link sofra quatro vezes mais danos até ao final da sessão de jogo. A sério que há malta que vai tentar isto? Credo…
Já que falamos nas figuras amiibo, saibam que todas as figuras relacionadas com o universo de The Legend of Zelda, podem ser utilizadas para reabastecer ao máximo os vossos corações. Já a nova figura, ainda por lançar, de Link Lobo, vai desbloquear-vos uma nova caverna, exclusiva para esta versão, onde vos esperam ainda mais desafios e surpresas.
Não há dúvidas de que esta é a versão definitiva de The Legend of Zelda: Twilight Princess. Voltar a viver esta aventura foi como conversar com um bom amigo que já não via há muito tempo. Regressou mais maduro e com tantas novidades para contar que me deixaram a falar com ele durante horas a fio sem que desse pelo tempo passar. Digam-me lá se não é bom “falar” com amigos assim?
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