“Até ao fim” | Ian Kershaw

“Até ao fim” | Ian Kershaw

Revisão da matéria dada

O final da II Guerra Mundial foi atípico. Em quase todas as grandes guerras, quando a derrota surgia aos olhos de um dos lados beligerantes como algo irreversível, era tentado um acordo que minimizasse os efeitos do pós-guerra e salvasse a pele de grande parte da população. Tal não veio a acontecer com o III Reich que, nos últimos meses em que esteve de pé, viveu níveis de violência inimagináveis, em que milhões morreram ou se viram privados das suas casas e bens.

O que fez então com que a Alemanha optasse por combater até ao fim, tendo o regime de ser conquistado aldeia a aldeia numa brutalidade extrema? É esta a questão a que Ian Kershaw se propõe responder em “Até ao fim – Destruição e derrota da Alemanha de Hitler 1944-1945”.

Em mais de 700 páginas, Ian Kershaw aborda temas como a exigência de uma «rendição incondicional» por parte dos Aliados e outros erros estratégicos – como a divergência entre Eisenhower e Montgomery – que poderão ter impedido que a guerra terminasse mais cedo, a tentativa de assassinato de Hitler em 1944, a máxima da «defesa do país e da terra» – em que se alicerçava todo o regime nazi -, o ambiente de terror que se respirava, o domínio do partido nazi no controlo do governo e da sociedade, a lealdade do funcionalismo público, a máquina burocrática sofisticada e experiente, o papel do corpo de oficiais das forças armadas, as quatro personalidades nazis que sustentavam o regime – Bormann, Goebbels, Himmler e Speer – e a personalização extrema do regime na figura de Hitler.

Para aqueles que queiram ter uma visão alargada do regime nazi e das suas estruturas de poder, este será um livro de referência. Para os outros, que esperavam que “Até ao fim…” trouxesse uma nova revelação, acaba por ser uma revisão da matéria dada.

Uma edição Dom Quixote



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