“O Número de Ouro” | Mario Livio

“O Número de Ouro” | Mario Livio

Excursão matemática

No mundo mais ou menos recente da televisão e do cinema, a linguagem matemática tem sido alvo de uma atenção cuidada. Quer no experimentalismo cinematográfico de Darren Aronofsky, com “Pi”, quer na série mais mainstream de nome “Touch”, idealizada por Tim Kring, a matemática surge ao lado da ideia de um destino pré-fabricado, seja por Deus, pela Natureza ou por um acaso que, de tão intenso, é razão para desconfiar.

Φ, representado na linguagem escrita como “fi”, é considerado o número de ouro da matemática. Ao longo da história ganhou fama de ser um número irracional, misterioso e enigmático, estando presente numa infinidade de elementos da natureza como se tivesse sido uma oferta de Deus ao mundo.

Em “O Número de Ouro”, Mario Livio conta-nos a história deste número assombroso, cuja relação matemática foi definida por Euclides há mais de dois mil anos pelo papel crucial que havia desempenhado na construção do pentagrama. Desde então, terá aparecido em sítios tão espantosos como conchas de moluscos, formas de galáxias, alguns cristais e, a acreditarmos em teorias da conspiração, nas pirâmides, no Parténon e em quadros como Mona Lisa (de Leonardo Da Vinci) ou O Sacramento da Última Ceia (de Salvador Dalí).

Para lá da sua relação com objectos, “O Número de Ouro” conta também a história de algumas pessoas que viveram obcecadas pelo Φ, como os discípulos de Pitágoras, o astrónomo Johannes Kepler ou, mais recentemente, Debussy, Le Corbusier ou Bartók.

Rico do ponto de vista histórico e bem acompanhado em termos visuais, “O Número de Ouro” é um livro entusiasta sobre o mundo matemático, uma animada excursão que nos leva da Antiguidade aos tempos modernos.

Uma edição Gradiva



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